Em abril, chega aos cinemas brasileiros, o terceiro filme com os personagens da consagrada D.P.A. – Detetives do Prédio Azul,exibida pelo Gloob. Com estreia no dia 21 de abril, Detetives do Prédio Azul 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo, vai mostrar os detetives Pippo (Pedro Motta), Bento (Anderson Lima) e Sol (Letícia Braga) estão em apuros após Severino (Ronaldo Reis) encontrar a metade de um colar poderoso nos escombros de um avião.
Na trama, o trio está determinado a encontrar a outra parte do medalhão para quebrar o feitiço e salvar Severino. Para isso, une-se à feiticeira Berenice (Nicole Orsini) que, apesar de algumas desavenças e implicâncias, já é membro honorário do grupo, e todos embarcam rumo à uma aventura recheada de contratempos, aventuras e muita diversão no Ushuaia, na Argentina, conhecida como a cidade do fim do mundo, por ser a mais ao sul do planeta.
A estreia do longa-metragem se soma as comemorações dos dez anos em que a série está no ar. Nesse período, a série D.P.A. teve 16 temporadas, sendo que a última está no ar com um novo elenco e novas aventuras. Essa é a série infanto-juvenil mais antiga que está no ar neste século.
Para falar sobre os dez anos e 16 temporadas de D.P.A. – Detetives do Prédio Azul, a reportagem do Portal CriCríticos conversou com Flavia Gosta, gerente de conteúdo da Unidade Infantil da Rede Globo:
Como você explica a longevidade da série?
D.P.A. se passa num prédio, aparentemente comum, mas que se abre para uma série de possibilidades a partir da existência de um mundo mágico operando paralelamente a esse ambiente “acima de qualquer suspeita”. Quando abrimos o sinal do Gloob, lá em 2012, com a nossa primeira geração de detetives, os mistérios eram bem mais simples, como por exemplo, a falta d´água no prédio – temática do primeiro episódio a ir ao ar. Aos poucos, com a revelação da Dona Leocádia como uma bruxa de verdade, a trama se abre para um mundo inteiro de possibilidades.
Ao longo de 10 anos, 9 detetives honraram as capas verde, amarela e vermelha. Cada trio de detetives traz suas próprias características e particularidades, o que acaba rendendo histórias bem diferentes das anteriores. Também temos uma família de bruxos muito especiais, que cresce e se renova ao longo das temporadas. São todos pertencentes a Ondion, universo mágico gigantesco que, a cada temporada, ganha novas camadas.
Porém, consideramos muito importante manter alguns elementos que, de tão consolidados, se tornaram uma marca da série: o clubinho secreto, onde os detetives se reúnem e se transformam, suas capas, seus artefatos de investigação, as implicâncias da síndica Leocádia, a amizade do porteiro Severino, e o fato de termos um mistério resolvido a cada episódio. Este último fato também nos permite contar histórias curtas e em sintonia com a sociedade.
Como os assuntos em voga se atualizam, isso também acontece nas nossas histórias. A autora e criadora da série, Flávia Lins e Silva, está sempre atenta a essas movimentações, traduzindo-as em novas histórias e adaptando ao universo de DPA. Então, diria que se trata de um trabalho bastante minucioso, feito com muita atenção e sensibilidade.
Em uma década, recebemos centenas de participações especiais; ampliamos os cenários a partir da nossa chegada no Estúdio Gloob, no Riocentro; levamos mais 2,5 milhões de pessoas aos cinemas para ver as duas aventuras dos detetives na telona e, agora, vem aí o terceiro filme da franquia, com estreia em abril.
Além disso, estamos buscando inovação constante para esse público cada vez mais exigente com o conteúdo. Já tivemos finais duplos, spin-offs para o digital, temos games da série e uma série de produtos licenciados que dão continuidade a essa narrativa nas mais diversas plataformas.
As novidades mais recentes são a estreia do circuito inédito D.P.A – Mistério e Magia no Shopping Grande Rio e o lançamento do do D.P.A. Na Escuta, nosso voice game para smatphones e smartspeakers em parceria com a Vux. Nessa experiência digital a criança pode conversar e resolver mistérios ao lado dos seus personagens favoritos. E todo esse universo de experiências também contribuem para a longevidade da série.
É claro que sempre existe a renovação do elenco básico. Como foi a seleção para essa nova temporada?
Na 16a temporada, continuamos trabalhando com a 3a geração de detetives, a mesma da temporada anterior: Max, Zeca e Flor. A novidade agora é a personagem Brisa, interpretada por Cléo Faria. De forma geral, a seleção de elenco funciona da seguinte forma: primeiro, definimos com a autora, Flávia Lins e Silva, os perfis e as características dos novos detetives e/ou das novas bruxas e bruxos.
Então, direcionamos o briefing aos produtores de elenco, que se encarregam de buscar, selecionar e nos apresentar os talentos. Procuramos trazer crianças reais, com brilho nos olhos, e que se divirtam muito com o que estão fazendo. Nossas escolhas são feitas em conjunto com a direção e com a autora da série. No caso da seleção para a personagem Brisa, irmã mais nova da Berenice na trama, nos encantamos à primeira vista com a Cléo, que, além de muito talentosa, é cheia de carisma!
Qual é o maior desafio pra fazer uma série infanto-juvenil com DPA, hoje em dia?
O comportamento do nosso público vem mudando ao longo dos últimos anos, o que se intensificou durante a pandemia, com as restrições sociais e com o aumento do uso de telas. Nosso público, já há algum tempinho, não está mais apenas consumindo conteúdo na televisão. Ele está fragmentado, em todos os lugares: nos celulares e tablets, em redes sociais, nos games…
De toda forma, entendemos que as crianças querem, sim, conteúdo de qualidade! Por isso, é extremamente importante e desafiador pensar nossas séries de forma 360º, com desdobramentos que vão além do episódio na televisão: temos conteúdo exclusivo no digital, diversos games, eventos em shopping, produtos licenciados, estamos no cinema, no teatro… Então, diria que o grande desafio é pensar cada conteúdo de forma ampla, de modo a estar onde a criança está: em múltiplas plataformas!
A série completa dez anos junto com os dez anos do Gloob. O que foi mais complicado fazer durante esses dez anos? E o que foi mais gratificante?
Um grande desafio da série é o fato de termos crianças protagonistas: elas crescem muito rapidamente! Por conta disso, fazemos, de tempos em tempos, renovações de elenco, que nunca são simples. Precisamos pensar em novos personagens, com características diversas e que ainda não tenham sido retratadas, trazendo novidades sem perder a essência da série.
Cada detetive tem sua própria história e trajetória, mas tentamos manter algumas características em comum a todos: temos sempre um mais corajoso, outro mais impulsivo, um terceiro mais medroso… Isso para não falar do apego que temos ao nosso elenco, o que deixa cada despedida ainda mais emocionante! Além disso, passamos pelo desafio de gravar em meio à pandemia, seguindo protocolos extremamente rígidos. Ficamos alguns meses parados com as gravações e só retornamos quando sentimos muita confiança.
Tudo muito planejado e de acordo com as normas públicas de segurança do trabalho. Temos um protocolo bastante rígido, um ambiente seguro, em que prezamos por todo o elenco, pelos pais e pela equipe. Foi necessário deixar todos os envolvidos confortáveis com essa decisão e com a aplicação dos protocolos, que envolvem distanciamento no set, obrigação do uso de EPIs, sanitização do estúdio, higienização dos cenários, figurinos, entre muitas outras ações. Também tivemos que fazer inúmeras adaptações na história.
Restringimos o número de personagens em cena, trocamos de cenários, quando necessário, simplificamos algumas ações, enxugamos algumas tramas e prolongamos outras. Tudo isso da forma mais criativa e brilhante possível, sem que houvesse nenhuma perda de qualidade artística. Já a gratificação é o resultado que vemos na tela, o sucesso da série e o carinho que o público tem pelo nosso Prédio Azul.
Acreditamos que todo o sucesso de D.P.A. se deva ao envolvimento visceral da equipe como um todo: da equipe de criação à de direção, passando por produção, arte, fotografia, figurino… O entusiasmo é enorme, e esse ingrediente é essencial para a nossa receita de sucesso. Então, é muito gratificante acompanhar o sucesso e o crescimento de DPA.
Você já pode imaginar uma nova temporada para 2023?
Sem dúvida! Podemos dizer que a série já tem 18 temporadas garantidas, além de duas em negociação. Atualmente, estamos exibindo a 16ª, então podem aguardar muitas novidades, como novas tramas investigativas, muita magia, mistério, aventura… e, claro, novos cenários e personagens! Podemos adiantar que, em algum momento, veremos a portaria do Prédio Azul de um jeito bem diferente, e teremos a chegada de uma personagem muito especial e viajada… Mas chega de spoiler!
** É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. Os CriCríticos não se responsabilizam pela opinião dos autores deste coletivo.