As últimas edições das principais premiações internacionais provam que o cinema produzido por cineastas sul coreanos está cada vez mais presente e com elevada qualidade.
O cinema francês, por sua vez, sempre foi sinônimo de arte, ousadia e criatividade, nunca saindo de cena, apesar de oscilar muito entre a arte e o mainstream mundialmente.
Em Desaparecidos, as duas escolas se encontraram quando o cineasta (e músico) Denis Dercourt adaptou o best-seller de Peter May (The Killing Room, sem tradução brasileira) e levou a estrela Olga Kurylenko (Oblivion) para a Coreia do Sul para filmar a história.
Antes mesmo de dissertar aqui sobre a trama de Desaparecidos, penso ser importante compartilhar com o leitor algumas impressões que eu tinha antes de conferir o longa (em cabine digital, a convite da distribuidora A2 Filmes).
Primeiramente, a minha falta de conhecimento sobre o cinema sul coreano, apesar dos grandes filmes que chegaram ao Brasil de tal origem.
Por gostar muito de filmes e acompanhar os lançamentos já há cerca de 30 anos (spoiler da minha idade aqui), confesso que vi poucos filmes da Coreia do Sul. Até pouco tempo atrás, começando com Oldboy, Sede de Sangue, Parasita e alguns outros exemplares do bom terror asiático.
Apesar disso, não me atentei a detalhes como o cenário urbano, a cultura local muito presente e o universo de informações às quais já estava habituado a ler nas cenas de produtos de outros países, como os franceses, por exemplo. E, nossa, como isso é legal!
Desaparecidos coloca o público para ver de perto um drama real da sociedade asiática ao qual estamos pouco acostumados a ver.
A imigração de uma camada mais pobre e excluída da China, que (olha que mais do mesmo) procura outro país para ser mão de obra barata em empregos que não são bem vistos.
E é justamente nesse espaço da sociedade que um crime começa a ser investigado pelo detetive Park (vivido pelo ótimo Yoo Yeon-Seok) depois que um corpo é encontrado em uma área de córrego e o legista não consegue mais detalhes sobre a mulher morta, além do fato de ela ser chinesa e ter um tipo raro de sangue (B-).
Para ajudar na investigação, o médico do departamento convida a especialista francesa Alice Launey (Olga Kurylenko em atuação muito inspirada), que estaria em Seul para uma convenção, a fazer uma visita e demonstrar sua técnica revolucionária de identificação de corpos para tentar ajudar.
Logo de cara, Park e Alice criam afinidade e um pouco mais sobre a vida da francesa é mostrada, como culpas e medos que ela carrega e que a assombram. Também vemos como Park tem suas questões e particularidades. Ambos, entretanto, são dedicados demais ao trabalho e isso logo dá bons resultados na investigação.
Para evitar dar spoilers sobre a história, apenas mais um detalhe vale ser mencionado aqui, que é a linha geral da trama: uma rede gigante e milionária de tráfico de órgãos operando na Ásia e que logo fica evidente que os crimes em questão são ligados a isso. E é muito interessante como tudo vai aos poucos se revelando e cada personagem que surge traz seu próprio mundinho pessoal para temperar mais o roteiro.
Como este texto é uma crítica, tenho que fazer referência a apenas um item que me incomodou em Desaparecidos: o filme é curto demais para resolver todos os dramas e eventos, deixando um gostinho de ‘quero mais’ no fim de seus quase 90 minutos de duração.
O filme estreia em 4 de agosto em circuito nacional.
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Desaparecidos
As escolas francesa e coreana de cinema se cruzam neste filme de Denis Dercourt, estrelado por Olga Kurylenko, que estreia hoje nos cinemas.
PROS
- Desaparecidos coloca o público para ver de perto um drama real da sociedade asiática
- No filme, duas escolas de cinema distintas se encontram
- Baseado em best-seller de suspense
CONS
- O filme é curto demais para resolver todos os dramas e eventos
Análise da Crítica
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Roteiro
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Atuação
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Elenco
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Direção e Equipe
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Som e Trilha Sonora
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Figurino
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Cenários