O filme M3GAN chegou ao streaming para locação digital e, mesmo ainda estando em cartaz, atraiu a atenção do público brasileiro. Trata-se da grife de James Wan, que assina o roteiro deste novo exemplar da linha dos brinquedos assassinos.
James Wan ganhou destaque em Hollywood por revigorar o subgênero das possessões demoníacas ao trazer outra boneca, a Annabelle. E adaptar para o cinema a saga do casal Warren. Agora, encontrou em outra boneca, mais moderna, porém não menos endemoniada, mais uma oportunidade de faturar uns dólares.
Pois o resultado foi internacionalmente milionário, já que M3GAN somou mais de US$ 175 milhões mundialmente, sendo cinco milhões só no Brasil. Tem tudo para arrecadar um tanto mais no digital. Contudo, a pergunta que muitos podem fazer é: vale tudo isso? Fique por aqui e leia os próximos parágrafos e eu te conto.
A trama
No filme acompanhamos uma tragédia na vida da pequena Cady, já que ela é a única sobrevivente de um acidente de carro que tirou a vida de seus pais. Assim, ela fica sob os cuidados de sua tia, Gemma, uma dedicada engenheira robótica que trabalha na criação de brinquedos inteligentes.
Enquanto Gemma se ajusta à nova rotina com Cody em sua casa, ela precisa se dedicar à criação de um novo projeto para a empresa em que trabalha, entretanto, não é exatamente o que seu chefe pediu – mais um pet eletrônico para concorrer no mercado. Gemma está quase chegando ao ponto de apresentar uma boneca capaz de se comportar de forma incrivelmente humana.
Logo, é óbvio que dessa matemática surge a famosa M3GAN, que dá nome ao filme. E, por se tratar de um filme escrito por James Wan, não estamos falando de nada romântico ou adorável, mas de uma boneca sinistra e psicótica. Ou não teria a menor graça.
Opinião
Assim, temos M3GAN em sua gênese doce, adorável e meiga, melhor amiga da menina Cody e abrindo as portas da riqueza para Gemma e sua equipe. Em verdade, sabemos que há muito ainda por trás da tal inteligência artificial que habita as conexões da boneca. E, sem sombra de dúvidas, M3GAN será o veículo de muito suspense e algumas mortes elaboradas.
Então, se já conhecemos o material que Wan e companhia são capazes de produzir nos cinemas, chegamos com altas expectativas, especialmente depois de Maligno, seu último sucesso. Em contrapartida, se somos novatos no terror ou não ligamos os nomes aos filmes, não sabemos quem é o tal queridinho do terror de Hollywood. Porém, os dois públicos certamente se frustrarão com o nível de sutileza que a inteligência do mal que Gemma criou entrega em cena. O macabro fica apenas na superfície, sendo temperado pelo melodrama do sofrimento de Cody e a ambição desmedida da tia dela.
No fim, sem spoilers, temos um amontoado de cenas previsíveis, mortes sem sal ou pimenta, musiquinhas que soam exageradamente assustadoras na voz da boneca e um ato final nada inesperado. Ou seja, M3GAN entrega o que se espera de uma matinê: um filme chato de grife.
Quer uma dica? Espere chegar ao catálogo de algum streaming por assinatura, se tiver paciência. Vale uma espiada, mas não vale tanto assim pelo preço da locação.

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