Critica | Série | True Detective – Terra Noturna

Quando estreou em 2014, na HBO, a primeira temporada de True Detective causou um grande impacto. Não apenas por trazer dois grandes nomes como Matthew McConaughey e Woody Harrelson encabeçando o elenco, mas por desafiar o público com uma história que se passava em duas linhas do tempo.

A dupla, separada pelo tempo e o espaço, conversava através de uma investigação do presente, sobre o andamento de um caso no presente relacionado ao trabalho que os dois fizeram no passado. Instigante desde o primeiro episódio, a série saiu de seu primeiro ano com diversas indicações ao EMMY® e ganhando em duas categorias muito importantes: Melhor Direção e Melhor Roteiro.

A segunda temporada, lançada no ano seguinte, tinha como tema a corrupção policial em Los Angeles. O tema, contudo, não agradou o público. Na realidade, o que faltou explicar antes da temporada começar é que True Detective é uma antologia sobre investigação policial tradicional.

Por causa dessa “desinformação”, a HBO demorou muito tempo para fazer uma terceira temporada, que só saiu do papel em 2019 e com outra ousadia. Os criadores Nic Pizzolatto e Issa López desenvolveram uma história que se passava em três linhas do tempo, para contar o caso do sequestro de uma criança.

A quarta temporada

Agora, não arriscando a possibilidade de outro grande hiato, a HBO trouxe a quarta temporada da antologia, True Detective – Terra Noturna, estrelada por Jodie Foster, a ganhadora dos Oscars® de Melhor Atriz por Acusados (1988) e O Silêncio dos Inocentes (1991).

Ela é a policial Liz Danvers, de Ennis, uma pequena cidade do Alasca, que investiga o desaparecimento dos cientistas de uma base de pesquisa nos arredores da cidade. Ao realizar uma busca geral, ela descobre que todos os pesquisadores estavam mortos, congelados e totalmente nus. A contragosto, ela recebe ajuda da policial Navarro, interpretada por Kali Reis, ex-boxeadora profissional em seu segundo grande trabalho como atriz.

A tensão entre as duas é uma das partes interessantes da história. Elas têm um passado obscuro, que afetou a relação entre elas. Hoje, passado anos, elas voltam a se encontrar para tentar o mistério da morte dos cientistas.

Há história tem um ar de sobrenatural, com invocações místicas da cultura indígena local. Ela dá o tom em diversos momentos, criando a sensação que existe algo mais sobre a morte dos cientistas do que está sendo revelado.

Tensão na neve

Diferente do que aconteceu em todas as outras temporadas de True Detective, a história é tensa, mas a solução vem sendo montada em apenas seis episódios. Existem algums momentos em que a história para e o público conhece um pouco alguns dos personagens secundários e a relação deles com as duas policiais.

Tudo isso feito com dinamismo que até surpreende quando se trata de uma história de investigação policial. Outro destaque é a noite ártica. O caso é investigado no começo da noite mais longa da região, pouco mais de trinta dias de intensa escuridão e frio. A sensação de que o frio vai intensificar a cada cena, deixa o público com vontade de tomar um chá quente. Pelo menos, isso aconteceu comigo.

É uma temporada bem-feita, bem interpretada e bem dirigida. Toda a investigação é feita nos moldes da tradicional história de detetive, pista a pista. E quando você acredita que tem a solução junto com as detetives, a história dá uma virada para uma revelação ainda mais fascinante.

Pode conferir, na HBO Max. As quatro temporadas estão disponíveis no canal streaming.

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