Oscar® 2024: Lily Gladstone, Ken e homenagens mal feitas

Oscar® 2024: Lily Gladstone, Ken e homenagens mal feitas

A derrota de Lily Gladstone  destruiu 90% dos bolões na noite do 96º Oscar®. Essa não é uma porcentagem real, feita com base em pesquisas como se deve. Mas, após vencer o SAG e o Globo de Ouro, Lily Gladstone era uma aposta certa. Até não ser.

A manhã das críticas

Como era de se esperar, a segunda-feira amanheceu recheada de acusações de preconceito contra a Academia. Lily Gladstone é a primeira pessoa nativa americana a receber uma indicação ao Oscar®. Sua vitória seria para muitos algo além do sucesso pessoal, tendo um peso simbólico na história dos EUA.

Outra discussão que acendeu a segunda-feira foi o In Memoriam, o segmento em que a Academia homenageia os membros mortos no ano anterior. Nenhuma crítica à belíssima voz de Andrea Bocelli, que se apresentou com o filho, Matteo. Já a decisão de socar vários nomes em uma tela ao fundo do palco recebeu merecidas pedradas.

Afinal, quem decide os nomes que merecem um instante de destaque com uma foto e quem fica lá no fundo? Para quem, como a maioria de nós, não conseguiu ler a lista, estavam lá, entre outros, nomes como Treat Williams, Frederic Forrest, David McCallum, Paolo Taviani e Sinead O’Connor.

O motivo? Claramente a correria em que se transformou a cerimônia. Os mais velhos devem lembrar dos tempos em que assistir ao Oscar® 2024 era entregar a noite e parte da madrugada à Academia, com os últimos prêmio entregues quase ao nascer do sol. Em outras palavras, nada contra colocar limites nos discursos. Mas nota-se em todo o programa uma ansiedade em terminar logo. E não, prezada Academia, não é isso que vai aumentar a audiência.

Outro momento interessante foi quando Jimmy Kimmel comentou sobre a não indicação de Greta Gerwig para o prêmio de melhor direção. Diante dos aplausos, o apresentador foi cáustico, lembrando os presentes que foram eles que não votaram nela: “Não façam de conta que vocês não têm nada a ver com isso”.

A parte divertida

Deixando as lágrimas pelo bolão, o lado divertido da cerimônia incluiu John Cena desfilando o corpão para entregar o Oscar®, obviamente, de melhor figurino. Uma referência aos 50 anos da noite em que Robert Opel passou correndo pelado pelo palco da cerimônia. E, obviamente, Cena estava protegido por trás daquele envelope. É Hollywood, pessoal.

Mas, nada no quesito diversão vence a esperada participação de Ryan Gosling cantando I’m just Ken ao lado dos Kens Simu Liu, Scott Evans, Kingsley Ben-Adir e Ncuti Gatwa. Devidamente rosado da cabeça aos pés, incluindo luvas, Gosling fez o público levantar e levou o microfone até Greta Gerwig, Margot Robbie e America Ferrera.

Triste foi ver a internet lotada de perguntas sobre quem era o guitarrista ao lado de Gosling. Sério, Slash, guitarrista do Guns N’ Roses, um dos cem melhores da história no ranking da revista Rolling Stone. Faz a gente acreditar um pouco menos na humanidade.

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