Crítica | Filme | Alice no País das Trevas

Crítica | Filme | Alice no País das Trevas

Alice no País das Trevas (Alice in Terrorland) é mais uma daquelas produções que explora personagens clássicos da literatura em versões, digamos, menos ortodoxas. Isso aconteceu recentemente com o Ursinho Pooh e mesmo destino em breve terá ninguém menos do que Mickey Mouse na fase Steamboat, agora em domínio público. E o longa que a A2 Filmes entrega no circuito nacional a partir de 21/3 nem é o primeiro inspirado na obra do inglês Lewis Carroll.

O romance lisérgico de Alice no País das Maravilhas poderia ser perfeito para uma adaptação para o terror, desde que houvesse mais inspiração por parte do diretor e roteirista Richard John Taylor. Basta voltar para o longa-metragem de animação de Walt Disney (de 1951), por exemplo, para lembrar que a Rainha de Copas dava um medinho nas crianças ao gritar “cortem as cabeças”. Mesmo caso do Chapeleiro Maluco de Johnny Depp na versão de Tim Burton, de 2010. Mas Tim Burton é assim mesmo…

Bastava caprichar um pouquinho mais na caracterização desses personagens para o efeito ser melhor do que o óbvio que vemos em Alice no País das Trevas. Nem a inexplicável câmera lenta ou o big close de algumas cenas, as sombras e o silêncio (quando não superado por uma trilha sem sal) ajudam para a construção do clima de terror.

Achei interessante, contudo, o big close que dão em uma faca cortando carne. Mas isso não salva a empreitada.

Após a trágica morte dos seus pais, Alice (Lizzy Willis) vai morar com a avó (Rula Lenska) em sua propriedade um tanto decadente. A casa foi batizada de Wonderland porque parece que Lewis Carroll esteve na região lá pelo século XIX. Não demora muito para Alice encontrar alguns dos personagens criados por Carroll (em versões bizarras) e a se perguntar o que é real e o que não é ao seu redor.

Alice no País das Trevas até convida o espectador para adentrar sua trama de suspense temperada com terror. Mas não entrega nada além do óbvio.

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