Crítica | Filme | Ursinho Pooh – Sangue e Mel

Crítica | Filme | Ursinho Pooh – Sangue e Mel

Fãs do Ursinho Pooh e a turma de amigos do Bosque dos Cem Acres devem tomar cuidado com esse filme. O motivo é simples. Caso você não preste atenção para a palavra “sangue” no título, pode se ver em uma sala de cinema assistindo personagens fofos em versão assassina. Acredite, é algo traumatizante.

E se?

O roteiro de Rhys Frake-Waterfield extrapola a partir do original de A. A. Milne, que criou o Ursinho Pooh e os demais personagens nos anos 1920. Em 2022, o trabalho do escritor entrou em domínio público. Os personagens, então, ficaram livres para serem usados em novas histórias, o que pode ser bom. Ou pode ser esse filme.

No roteiro de Sangue e Mel, após anos de amizade, Christopher Robin deixa o interior da Inglaterra para fazer faculdade. Sem o amigo humano que os alimentava e protegia, Pooh os amigos passam por dificuldades. No inverno, esfomeados, os amigos decidem sacrificar um deles para que os outros sobrevivam.

A decisão traumatiza Pooh e Leitão, que prometem vingança contra todos os humanos. Em especial, aquele que os abandonou, Christopher Robin. Que, sem saber o que aconteceu, volta um dia ao bosque de sua infância para apresentar seus amigos à sua noiva. Mas em lugar de boas-vindas, o casal encontra monstros sanguinários.

Entretanto, duas vítimas é muito pouco quando o objetivo é detonar personagens infantis cuja maior característica é a doçura. Entram em cena as amigas Maria, Jessica, Alice, Zoe e Lara, que alugam uma casa na floresta para um final de semana de paz e sossego. Logo elas se tornam alvo de Pooh e Leitão. E de uma sequência de decisões incongruentes.

Sem conexão e sem noção

Um dos possíveis rumos de um filme com esse ponto de partida seria a sátira. Mas Ursinho Pooh: Sangue e Mel não segue essa linha. Nem qualquer outra. As vítimas estão ali apenas para morrer fazendo os rastros de sangue de 300 (2006) parecerem furinhos de vacina. Pooh e Leitão estão mais para criminosos mascarados comuns que apenas usam os nomes dos personagens.

Os diálogos vão de inexistentes a inúteis. Em um momento, as moças falam em se defenderem usando as facas na cozinha. No instante seguinte, ninguém se lembra de pegar sequer uma batata para atirar nos invasores. Ninguém sequer tenta usar o celular. Gente acorrentada é solta sem a menor dificuldade. Ou seja, não é aterrorizante, nem engraçado, nem coisa alguma.

E o pior, Frake-Waterfield pretende não apenas fazer uma continuação. Mas também suas versões de Bambi e Peter Pan. Choremos. Estreia em 10 de agosto, distribuído pela Califórnia.

3 comentários sobre “Crítica | Filme | Ursinho Pooh – Sangue e Mel

Deixe um comentário