A Alegria É a Prova dos Nove, novo filme da diretora Helena Ignez, é um mergulho comovente na memória e na sexualidade, narrado através da perspectiva de Jarda Ícone (Helena Ignez), uma artista e sexóloga sexagenária. Através de flashbacks vívidos, o filme nos leva de volta aos anos 1970, acompanhando a jornada de Jarda e seu companheiro Lírio Terron (Ney Matogrosso) pelo Marrocos, em uma época marcada por liberdade, experimentação e ativismo político.
O longa-metragem se destaca pela sua narrativa não linear, que tece passado e presente de forma harmoniosa. As memórias de Jarda se entrelaçam com sua realidade atual, enquanto ela ministra aulas sobre sexualidade feminina e relembra os momentos marcantes de sua vida. Essa fluidez temporal cria um efeito hipnotizante, convidando o espectador a se envolver na história e a refletir sobre o papel da memória na construção da identidade.
A atuação de Helena como Jarda é um dos pontos altos do filme. Ela entrega uma performance sensível e multifacetada, capturando com maestria as nuances da personagem, desde sua juventude rebelde até sua maturidade serena. Seu trabalho é complementado pelo de Ney Matogrosso, que interpreta Lírio com intensidade e carisma. A química entre os dois atores é palpável e contribui para a construção de um retrato comovente de um relacionamento duradouro e cheio de paixão.
A Alegria É a Prova dos Nove não se limita a ser um drama biográfico. O filme também explora temas relevantes como sexualidade feminina, empoderamento e a luta por liberdade individual. As aulas de Jarda servem como um espaço de reflexão sobre a importância do prazer feminino e a quebra de tabus relacionados à sexualidade.
A direção de Helena Ignez (também autora do roteiro) é precisa e sensível. A cineasta utiliza recursos visuais poéticos e uma trilha sonora envolvente para criar uma atmosfera onírica e nostálgica. A Alegria É a Prova dos Nove estreia em 23/5 distribuído pela Mercúrio Produções.
