Crítica | Filme | Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou

Crítica | Filme | Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou

Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou, filme escrito, dirigido e protagonizado por Joanna Arnow (Chained for Life), chega ao circuito comercial brasileiro de cinema em algumas praças em 27/6. Acompanha Ann, uma mulher de Nova York que tenta encontrar seu caminho em meio a um trabalho medíocre, uma família indiferente e um relacionamento casual de BDSM completamente estagnado.

BDSM, resumidamente, é um conjunto de práticas e fantasias sexuais que envolve bondage (ou contenção), disciplina, dominação, submissão, sadismo, masoquismo e afins. Obviamente, falamos de um filme de nicho, que tenta abordar o tema pela ótica do cotidiano, de forma realista e com zero teor sexual. Apesar da nudez, preponderantemente feminina. Liberal, pero no mucho.

Joanna Arnow retrata uma mulher em busca de significado e conexão no seus relacionamentos. Que vão se alternando sem sucesso. Me parece que nem ela mesma sabe exatamente o que lhe falta. É quase uma angústia inominável, perceptível apenas pelo vazio da insatisfação. Contudo, ela faz isso de forma bem-humorada para o espectador, testemunha de tudo no mais absoluto silêncio, uma vez que não existe trilha musical ou sonora no filme.

Além de tomar emprestadas experiências que ocorreram ao seu redor, Joanna se inspirou nos contos de Carmen Maria Machado para estampar suas aguçadas observações em tela. Isso, para não fazer do tema BDSM a estrela do filme. Seu desejo era abordar de forma inovadora a sexualidade feminina, especialmente ligada ao desejo BDSM, desmistificando estereótipos e apresentando Ann como uma participante ativa e autônoma nas suas experiências. Sem julgamento, principalmente.

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