Crítica | Filme | Salamandra

Crítica | Filme | Salamandra

Salamandra é o filme de estreia do pernambucano Alex Carvalho, aqui assinando direção e roteiro, adaptado a partir da obra de Jean-Christophe Rufin, La Salamandre, considerado por muitos um clássico da literatura francesa moderna.

O filme, uma produção do Brasil, França, Alemanha e Bélgica, é um drama que mergulha em temas como família, identidade e busca por redenção. Se destaca, primeiramente, pela atuação da atriz francesa Marina Foïs, conhecida por sua versatilidade, mais recentemente vista em La Fracture (2021).

A direção de Alex Carvalho é sutil, porém eficaz, deixando que os atores desenvolvam suas performances de maneira orgânica. O que nos leva ao ator brasileiro Maicon Rodrigues, dono de uma carreira mais voltada para a televisão, mas que ocupa a tela ao lado de Marina com propriedade.

Em Salamandra, Marina interpreta Catherine, uma francesa que vem ao Recife na tentativa de se reconectar com a irmã (Anna Mouglalis). Ela acaba conhecendo o jovem Gil (Maicon) e os dois embarcam em uma relação inesperada que transforma suas vidas.

O livro focava muito no colonialismo, mas para esta adaptação, Carvalho busca as entrelinhas para atualizar o tema. Mulher branca mais velha, supostamente mais culta, se envolve com homem negro mais jovem, supostamente mais pobre e menos culto, em uma relação amorosa/sexual tórrida.

A narrativa de Salamandra explora muito mais que isso, obviamente. Ela é rica, abordando questões de identidade e sociais neste novo contexto. Carvalho ainda explora paisagens e locações para transmitir tanto a beleza quanto a melancolia dos protagonistas.

No entanto, o ritmo de Salamandra filme pode ser considerado lento por alguns espectadores, testando a paciência daqueles que preferem histórias mais dinâmicas e menos reflexivas. Alguns personagens secundários ainda carecem de profundidade, o que faz com que certas subtramas se percam. Estreia em 27/6 distribuído pela Pandora Filmes.

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