O longa italiano Ainda Temos o Amanhã será lançado em 4 de julho nos cinemas brasileiros pela Pandora Filmes. O filme retrata a história de uma mulher na Roma pós Segunda Guerra Mundial, que começa a questionar seu papel para evitar que sua filha tenha o mesmo destino.
O filme foi selecionado para representar a Itália na disputa pelo Oscar® de melhor filme internacional em 2024 e abriu o último Festival de Roma, onde foi premiado pelo público. Curiosamente, a produção atraiu mais de 5 milhões de espectadores na Itália, superando o sucesso de bilheteria de Barbie em 2023.
A narrativa acompanha Delia (Paola Cortellesi), esposa de Ivano e mãe de três filhos, que aceita sua vida até que uma carta misteriosa a encoraja a desafiar seu destino e imaginar um futuro melhor. Combinando comédia italiana e neorrealismo pop, Paola Cortellesi cria um filme que celebra a liberdade e homenageia as contribuições de mulheres comuns para uma sociedade mais igualitária. Falamos da Itália dos anos 1940…
Ainda Temos o Amanhã marca a estreia de Paola Cortellesi na direção de longas-metragens, que surpreende o espectador ao entregar uma narrativa sensível e reflexiva sobre o papel da mulher na sociedade italiana do pós-guerra.
A escolha do preto e branco contribui para a ambientação do período e a direção de arte é meticulosa, recriando com precisão a estética da época. Além da interpretação de Paola, destaque para o trabalho de Stefano Accorsi, veterano ator que dá vida a Ivano, o marido de Delia. Não por acaso, a foto que ilustra esta crítica retrata o momento em que Ivano é confrontado.
A narrativa de Ainda Temos o Amanhã, embora poderosa, às vezes se estende em momentos que poderiam ser mais concisos. Algumas subtramas me parecem desnecessárias, desviando o foco da história principal e diminuindo o impacto emocional. Certos desfechos podem até parecer previsíveis.
Contudo, essa combinação equilibrada de humor, drama e reflexão histórica de Ainda Temos o Amanhã prevalece.
