Crítica | Filme | Como Vender a Lua

Crítica | Filme | Como Vender a Lua

Em 2004, uma pesquisa apontou que 27% dos americanos entre 18 e 24 anos duvidavam que os astronautas da Apolo 11 tivessem de fato pisado na lua. Para essas pessoas, a NASA, em outras palavras, o governo americano, seria incapaz de tal feito, e as imagens mostradas na TV seriam uma produção hollywoodiana dirigida por nada mais, nada menos do que Stanley Kubrick.

Como Vender a Lua parte dessa crença e constrói uma comédia simpática com uma boa dose de romance ambientada durante o auge da corrida espacial, originalmente destinada ao streaming, mas que ganhou espaço na telona. No roteiro de Keenan Flynn, Rose Gilroy e Bill Kirstein, a NASA enfrenta problemas para conseguir recursos em meio a maus resultados na tentativa de enviar um foguete à lua, especialmente a morte da tripulação da Apolo 1, protestos contra a guerra do Vietnã e a luta pelos direitos civis, o que é baseado em fatos. Para solucionar o problema, o governo contrata Kelly Jones (Scarlert Johansson), marqueteira capaz de qualquer coisa para vender um produto, incluindo fingir, mentir, enrolar e por aí vai. Seu exato oposto é Cole Davis (Channing Tatum), diretor de lançamento do programa Apolo, ex-piloto condecorado, um homem certinho, dedicado à missão e à memória dos colegas mortos. Obviamente, na melhor tradição dos filmes estrelados por Doris Day e Rock Hudson, os dois estão destinados a se apaixonarem. E isso não é spoiler. Nesse tipo de história, o final é conhecido. A diversão está no caminho até lá.

E assim, lutando para vencer a União Soviética, que ganhou o primeiro round colocando o satélite Sputnik I no espaço, Kelly traça uma estratégia que vai contra tudo o que Cole defende e acredita. Para ela – que tem algo pessoal em jogo – o que vale é conseguir o apoio popular e político que vai se traduzir em verbas para o programa espacial. Para ele, vale a honra de cumprir a promessa de Kennedy de levar o ser humano à lua antes do final da década. Entre um e outro está Woody Harrelson como Moe Berkus, um legítimo “homem de preto” do governo que decide filmar um falso pouso na lua para mostrar ao público. Incluindo um diretor prima donna.

As ideias opostas convergem numa corrida para transmitir as históricas imagens reais do pouso, misturadas a revelações sobre o passado e um final feliz. Scarlett Johansson está ótima como a embusteira Kelly a caminho da redenção e dos braços de Cole, vivido por um menos inspirado Tatum, mas nada que estrague o resultado final. A boa reconstituição de época, com figurinos, cabelos e carros ajuda a dar o tom de um período de mudanças sociais intensas e acontecimentos marcantes e ficamos com um filme leve, que brinca com o real, o imaginário e a teoria da conspiração, sem esquecer o significado de um gato preto errante pelo meio do Cabo Canaveral. Como Vender a Lua estreia dia 11 de julho nas telonas de todo o Brasil distribuído pela Sony Pictures.

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