O risco que se corre ao recontar uma história como Os Três Mosqueteiros é evidente. Muita gente pode perguntar a razão de mais um filme sobre mosqueteiros. Claro, o cinema é altamente reciclável e a obra de Alexandre Dumas é imortal. O que passa a importar em nova versão é como ela será contada. O exemplo clássico é o remake (se é possível dizer isso!) de Psicose, em 1998. Que nada acrescentou ao original de 1961, a não ser cor.
A produção francesa Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan parece fugir dessa ideia. Por mais conhecida que a história criada por Dumas seja, o filme entrega muita coisa nova. A começar pelas belíssimas locações, exploradas detalhadamente pela fotografia caprichada. Os figurinos ajudam muito a estabelecer um clima mais realista à ambientação do século XVII. Os críticos poderiam alegar que por ser uma produção francesa, tudo deve estar mais à mão. Não é bem assim.
Ação convincente
A composição visual oferecida ao espectador faz com que seus olhos enfoquem na trama e nas atuações. Do elenco, talvez Eva Green e Vincent Cassel sejam os rostos mais conhecidos. Contudo, Roman Duris, Pio Marmaï e Vicky Krieps tiveram trabalhos lançados aqui recentemente. E esse ó outro mérito de Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan. Equilibrar atuações eficientes com boas cenas de ação. Em um estilo capa e espada bem diferente daquela versão de Os Três Mosqueteiros estrelada por Gene Kelly em 1948. As coreografias do filme de Gene eram praticamente uma dança, com lutas limpas e certeiras.
A ação na nova versão é suja, truculenta. Um espadachim não precisa ficar sorrindo enquanto duela até a morte. Portanto, Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é bem convincente também por isso. E voltando a falar sobre o porte da produção, é bom saberem que, mantendo outra tradição para a obra de Alexandre Dumas, a saga dos mosqueteiros do rei será contada em dois filmes. Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan e Os Três Mosqueteiros: Milady, esse programado para estrear mais para o final do ano. Os dois foram rodados simultaneamente durante 150 dias.
A história de D’Artagnan
Não há muito o que esconder em uma história tão popular. D’Artagnan chega em Paris para tentar a sorte como mosqueteiro a pedido do pai. Rapidamente, conhece os mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis e cruza o caminho do perigoso Cardeal de Richelieu. Que conspira contra o Rei da França acertando-o onde mais dói: na Rainha. Pois ao seu lado está a bela e mortal Milady de Winter.
No elenco temos François Civil (D’Artagnan), Vincent Cassel (de Jason Bourne, como Athos), Pio Marmaï (Porthos) e Roman Duris (de Esperando Bojngles, como Aramis), Eva Green (de Penny Dreadful, como Milady), Lyna Khoudri (Constance), Jacob Fortune-Lloyd (Buckingham), Eric Ruf (o Cardeal), Louis Garrel (o Rei) e Vicky Krieps (de A Luta de uma Vida, como a Rainha). A direção é de Martin Bourboulon.
Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan estreia em 20 de abril, distribuído pela Paris Filmes.
