Por questões técnicas, a crítica de O Exorcismo, filme que a Imagem Filmes distribui no circuito nacional em 1/8, foi elaborada a quatro mãos. O editor de CriCríticos, Rogério Victorino, acabou dando forma ao meu texto, apesar de não ter assistido ao filme.
Aparentemente, sorte a dele, já que O Exorcismo confirma a minha e a impressão de muitos colegas de imprensa. A de que o ator Russell Crowe está meio perdido em sua carreira. É muito difícil (e duro para quem gosta do trabalho de Crowe) imaginar que se trata do mesmo talento que vimos levantar o Oscar® por Gladiador (2002) e que havia sido indicado por seus dois trabalhos anteriores (Uma Mente Brilhante e O Informante).
Para somar, O Exorcismo é um filme confuso e até fraco dentro do gênero terror sobrenatural. Para começar, não tem grandes sustos. No filme, Crowe vive o ator Anthony Miller, que está em baixa na carreira e tem um passado um tanto escuso envolvendo drogas. Miller tenta deixar isso para trás e trilhar o caminho da sobriedade enquanto se dedica a um novo filme. Curiosamente, uma produção de terror! À medida que as filmagens avançam, Miller vai mudando seu comportamento da água para o vinho, despertando preocupações em sua filha, Lee (Ryan Simpkins). Apesar da relação distante com o pai, ela teme uma recaída.
É claro que o lance aqui não são os doze passos para a sobriedade. O mote de O Exorcismo é o que fazer quando uma força demoníaca toma conta de todo um set de filmagem? O tema até que ajudaria, só que a história não me pareceu bem amarrada. Ao contrário, é quase um queijo suíço de tanto buraco que tem. E, de mais a mais, me parece oportunista jogar todo o longa nas costas de Crowe, quando seu personagem se torna praticamente secundário uma vez que Lee (a filha) entra em cena.
E o que poderia agregar ao filme (a presença de um elenco conhecido), acaba passando batido na tela. Falo das presenças de Sam Worthington (Avatar), Adrian Pasdar, Adam Goldberg e David Hyde Pierce no elenco de apoio. Em papéis de pouco impacto.
E se você não acha que Russel Crowe está com o dedo podre para escolher trabalhos, leia mais sobre dois dos mais recentes trabalhos dele para tirar suas próprias conclusões: O Exorcista do Papa (2023) e Zona de Risco (2024).
