Crítica | Filme | Fernanda Young – Foge-me ao Controle

Crítica | Filme | Fernanda Young – Foge-me ao Controle

Eu não me lembro de ter assistido um documentário tão rico quanto Fernanda Young – Foge-me ao Controle, que estreia no circuito nacional em 29/8, distribuído pela Synapse Distribution. E não poderia ser diferente, afinal de contas, assim era Fernanda Young. Uma pessoa rica, multifacetada, inteligente, expressiva, plena. E multimída. Isso, algum tempo antes dessa palavra ganhar conotação tão valorizada no currículo de muita gente.

Claro, o grande público talvez lembre de Fernanda mais por seus trabalhos televisivos, quando roteirizou Os Normais e Shippados, muitas vezes em parceria com o marido, Alexandre Machado. Ou quando participou no programa Saia Justa (GNT) ao lado de um time campeão. Na minha opinião, em uma das melhores formações de apresentadoras.

Contudo, foi ela mesma que se definiu desde sempre como escritora e não por acaso, essa vocação se materializou em 15 livros publicados, seja em poesia ou prosa.

O que distingue Fernanda Young – Foge-me ao Controle dos demais documentários, talvez, é sua proposta. A diretora Susanna Lira não quis contar didaticamente a trajetória de Fernanda e sim, reunir imagens e textos que ajudassem o espectador a ter uma noção (ainda que pequena frente a carreira da documentada) da sua já citada riqueza. Creio que a maior proeza de quem se expressa (na forma que for) é conseguir transmitir seus pensamentos. Às vezes rebuscados, é verdade, às vezes sérios e profundos, às vezes rapazes de gerar humor. Fernanda Young era tão dona dos pensamentos que fazia isso parecer fácil. Às vezes até em uma imagem preto e branco.

Méritos de Susanna Lira também, que montou entrega ao espectador um mergulho nessa potente mente criativa que faz muita falta.

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