Depois de 36 anos, Besouro Suco está de volta em Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, filme que a Warner Bros. Pictures entrega ao circuito nacional em 5/9. Existia muita expectativa por parte dos fãs do personagem (eternizado por um Michael Keaton ainda não oscarizado) e do cineasta Tim Burton, que assina a direção aqui.
E esse é o mote principal do filme: o reencontro de Burton e Keaton (que encheriam o bolso de dinheiro e de prestígio com Batman, em 1989). E a possibilidade de catapultar ainda mais a carreira de Jenna Ortega, aguardada na segunda temporada de Wandinha, mas que pode ser vista também em Finestkind (Apple TV+) e em dois filmes da franquia Pânico. Entre outros trabalhos.
Ao longo de mais de três décadas, foi possível esquecer a razão de terem batizado Beetlejuice (Betelgeuse, originalmente) como Os Fantasmas se Divertem. E as coisas até que funcionaram bem para o começo de carreira de Burton no cinema de longa-metragem.
Particularmente, prefiro o Burton de A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999) e de Marte Ataca! (1996), para não ficar no lugar de sempre com Batman. Sem desmerecer sua brilhante carreira, que ainda ostenta A Noiva Cadáver (2005) e animações marcantes. Marcantes pelo estilo único de cinema fantástico escrito, produzido e/ou dirigido por Tim Burton. Ele pode até fazer um Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas (2003) ou Planeta dos Macacos (2001), mas sempre que pode volta para sua zona de conforto. Aquelas histórias sombrias, sobrenaturais, repletas de humor ácido e criaturas fantásticas.
E esse jeito Burton de ser é retomado com Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, filme que facilmente colocará a luz dos holofotes em Jenna Ortega, mas que na verdade recoloca o personagem de Winona Ryder no centro das atenções. Como Lydia Deetz, ela agora é uma bem-sucedida apresentadora em um programa que explora histórias de fantasmas.
Quem mais parece se beneficiar disso é o seu diretor e namorado, Rory (Justin Theroux). E quem menos se importa com isso é a filha de Lydia, Astrid (Jenna), que nega a mãe como Pedro negou Cristo. Quis o destino que a família retornasse para Winter River em razão da morte do pai de Lydia, vivido no primeiro filme pelo ator Jeffrey Jones (Curtindo a Vida Adoidado). Como Jones está fichado na justiça americana e com tremenda rejeição por isso, Burton reaproveita seu personagem sem necessariamente mostrar o rosto do ator. Assistam ao filme para entender essa… Sem spoiler.
E, como era de se esperar, o retorno ao lar acaba também trazendo de volta o Besouro Suco, agora ao lado de mais personagens curiosos do mundo dos mortos. Bob é um deles, mas temos Wolf Jackson (Willem Dafoe) e o zelador (Danny DeVito, em uma ponta muito especial!), entre outros. O destaque vai para Delores, vivida por Monica Bellucci, fazendo jus ao pacto que assinou com o demônio para não envelhecer! E para Catherine O’Hara, novamente na pele da Delia Deetz.
Temos menções a alguns dos personagens que ficaram no primeiro filme, como o casal Maytland, e “participações especiais”, como a do verme da areia. Por essas e por outras, o público que conhece Beetlejuice vai se sentir representado nesse segundo filme. Se Keaton esteve à vontade em 1988, imaginem agora, quando parece que seu texto foi desenvolvido na já conhecida embocadura do personagem. Tudo funciona bem por aqui.
E com um pouco mais de grana e de tecnologia, Tim Burton pode materializar sua criatividade sem restrições, aparentemente. Agora, Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice não é comédia rasgada, que vai arrancar lágrimas dos olhos dos espectadores. Também não é terror. É apenas Tim Burton!

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