Não acredito que haja algum fã de filmes de terror que não conheça o clássico Massacre da Serra Elétrica. O mesmo vale para icônico personagem Leatherface, que faz parte do rol de ‘grandes nomes’ do universo do terror. Obra de Tobe Hooper e companhia. Eles foram ao árido interior do Texas no começo da década de 1970 para gravar uma peça de cinema quase experimental e saíram de lá com uma joia raríssima.
Ademais, penso que talvez quem não seja fã ou não entenda de cinema tenha dificuldade em captar a importância deste filme rústico. Sim, quase amador, feito em 16mm ao longo de algumas semanas de 1973.
A importância do filme
Hoje, o nome de Tobe Hooper não é conhecido como membro do panteão dos grandes cineastas, mas dentro de seu nicho, o terror, podemos afirmar que ele está entre os grandes. E não só por Massacre da Serra Elétrica, mas por outros trabalhos de sua filmografia, como Poltergeist: O Fenômeno, Força Sinistra e Pague Para Entrar, Reze Para Sair, entre outros.
Continuando, Massacre da Serra Elétrica foi realizado em 1973 e chegou a seu primeiro evento de exibição no primeiro dia de outubro de 1974, no Texas, EUA. Ao final de quase dois anos em cartaz, pouco antes de ser banido pela famosa ‘classificação etária’ da época, o filme de Hooper arrecadou mais de 30 milhões de dólares – mais de 100 vezes seu custo de produção!
Logo, em 2023, a realização de Massacre da Serra Elétrica completa 50 anos e a distribuidora Synapse resolveu trazer para as salas nacionais a cópia remasterizada original deste clássico do terror. Isso dará ao público de hoje, que talvez apenas tenha ouvido falar do longa, uma chance de conferir esta gema do medo em sua total plenitude.
Assim, antes de falar da trama do filme e escrever algumas linhas sobre minha opinião sobre ‘Massacre’, penso ser importante dizer que este sucesso chegou, sim, aos cinemas brasileiros! O filme entrou em cartaz por aqui em 28 de agosto de 1987 (fonte: IMDb), mais de uma década depois de seu lançamento. Isso, pois os anos 1970 foram dominados pela censura e isso nos privou de uma porção de filmes nos cinemas.
A história
Seguindo, a história de Leatherface e sua família foi coescrita por Hooper e Kim Henkel. O filme retrata a jornada de cinco amigos, que viajam a uma região rural do Texas para visitar o túmulo do avô de dois deles, Sally e Franklin. E nós, da plateia, já sabemos que algo de errado não está certo ali!
Em seguida, depois de passar pelo cemitério, o grupo dá carona a um rapaz na estrada. Rapidamente, eles notam que fizeram besteira e Franklin paga o pato com uma navalhada no braço.
Então, os jovens encontram uma casa que, supostamente, estaria abandonada, mas logo descobrem que uma família de psicopatas vive ali. Quando tentam fugir, um homem com máscara feita de pele humana começa a persegui-los.
Assim, um por um, os visitantes são capturados e transformados em itens do açougue privado da família peculiar que vive ali. A parte interessante, ao menos para o público, é que os moradores são canibais e terão um belo banquete pela frente.
Opinião
Atualmente, a trama de ‘Massacre’ pode parecer batida e de fato já foi explorada até o dedinho do pé pela indústria do entretenimento. Referências e mais referências ao trabalho de Tobe Hooper podem ser vistas em seriados, filmes e mesmo documentários.
Mesmo assim, Massacre da Serra Elétrica é essa peça de museu, no bom sentido. Para ser observada, consumida e, sim, aplaudida inclusive em 2023. Logo, trata-se de um trabalho rústico, de um tempo precário de recursos em todos os sentidos. Um tempo em que o talento apenas sobressaía quando um ponto muito fora da curva surgia, como Hooper. E isso é visto desde a abertura deste filme.
Aqui, temos montagem e filmagem em formato documental, movimentos rápidos contrastam com tomadas longas à distância. Sangue e brutalidade andam ao lado de personagens muito caricatos e quase amadores, mas que ali, no meio do nada, representam o texto abaixo da superfície que a equipe estava construindo – o que mais poderia surgir ali, naquele lugar, naquela época, e dar cabo daquelas pessoas, daquele jeito.
E ainda jantam os jovens incautos e usam a pele deles como ornamento?
Concluindo, vá ao cinema assistir ao Massacre da Serra Elétrica. Vá sem medo de ser feliz e se dê o direto de não gostar, de vir aqui reclamar, até, sobre a minha indicação. Receberei a todos de braços abertos!
Não obstante, é uma experiência nova e isso é excelente para contar a história do terror como conhecemos hoje. De onde Jigsaw, Annabelle, o palhaço Art e outros tantos personagens e filmes milionários beberam para ilustrar a violência como eles fazem. Vale a pena! Reestreou em 16/2/23 distribuído pela Synapse.
Ver essa foto no Instagram
