Crítica | Filme | Pacto de Redenção

Crítica | Filme | Pacto de Redenção

E, claro, no contexto certo, até poderia ser. Porém, quando é também aplicada uma forma de contar essa história de maneira antiquada, o que vemos acaba por ser extremamente comum. Nem ruim, nem bom, mas um filme que se mantém em um platô de medianidade.

Pacto de Redenção é o novo longa do ator e diretor Michael Keaton, que conta a história de John Knox (Keaton), um assassino secreto de aluguel que está, de forma rápida, sendo afetado por uma doença degenerativa de sua mente.

No entanto, ao invés de se aposentar, Knox acaba por tentar ajudar a provar a inocência do seu filho, que acabou por cometer um homicídio.

Assim é desdobrada essa narrativa em que o foco não é na inovação, mas sim, uma reintrodução ao já normalizado gênero detetivesco com pitadas de thriller que percorrem a trama como um todo.

Na obra há a apresentação de uma história de foco na fundação de seus personagens, onde a ação é secundária, mas, o que importa, é como aqueles presentes neste roteiro se desenvolvem.

Portanto, o tom frontal de constante movimento, aqui é substituído por um noir com traços de aventura e drama. O que pode não agradar tanto, gera tensão não por meio de edição e montagem como um longa frenético do tipo faria. Mas através de desenvolvimento de seus protagonistas e ameaças às suas vidas.

A fotografia também corrobora para tal aspecto, onde tudo aparenta certa monotonia, com a utilização de planos fechados com baixo contraste e tons cinza, que é quebrada por uma onda de violência onde a noite é aspecto integrado de tal história, fazendo do cinza um escuro tom de azul, junto de diversas marcas granuladas na imagem.

Já em relação a John, o semblante de toda esta narrativa, as coisas acontecem de um modo diferente. O que antes era saudosismo em conteúdo e forma, passa a ser vanguarda em caracterização. Knox não somente é quebrado, como todo policial, detetive ou assassino de tais enredos, mas também é fissurado mentalmente, ao esquecer de maneira recorrente todas as chaves para fechar sua jornada.

O esquecimento do personagem não somente é usado como um pilar de sua persona, mas como artifício de condução da narrativa. Se John esquece, logo, mais tensão é causada. Afinal, será que ele vai conseguir ajudar seu filho? Será que cumprirá sua missão de rendição? Será que de fato sabe o que está fazendo ou até mesmo esqueceu isso? Todas essas são questões inerentes de tal protagonista complexo que passa a ser o mais inovador que a obra consegue sugerir.

Ao final, Pacto de Redenção acaba por ter personalidade, uma que é pautada no passado do cinema e algo com certo charme no antigo. Mas não é por conta disto que deixa a ser desleixado por completo e acaba por segmentar uma narrativa interessante ao seu redor. Mesmo que isso não o leve tão longe, fazendo-o, realmente, mediano.

Em suma, o filme possui aspectos que representam um aplauso e validação do conservado cinema do passado, mas também acena ao futuro. O que não faz tanta diferença assim ao não se ousar e nem tentar fazer algo diferente do usual já feito. Estreia em 26/9 distribuído pela Diamond Films.

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