Crítica | Filme | Até Que a Música Pare

Crítica | Filme | Até Que a Música Pare

O filme Até Que a Música Pare, da cineasta Cristiane Oliveira, aborda a complexidade das relações familiares e o impacto do luto, com a Serra Gaúcha como cenário. Em seu terceiro longa, Cristiane adota uma abordagem intimista e sensível sobre a passagem do tempo e os desafios da renovação da vida e do casamento.

A trama segue as agruras do casal Alfredo e Chiara (Cibele Tedesco e Hugo Lorensatti). Depois que o último filho deles sai de casa, Chiara decide acompanhar Alfredo em seu trabalho como vendedor pelo interior do estado. Ambos ainda sentem, cada um do seu jeito, a morte de um dos filhos e o ninho vazio, obviamente.

Uma das curiosidaes de Até Que a Música Pare é que o filme faz uso do Talian, uma língua brasileira reconhecida oficialmente em 2014 e que é formada a partir do contato do português do século XIX com os idiomas falados por imigrantes vindos do norte da Itália.

Em uma narrativa simples e cotidiana (e até com uso do silêncio), Cristiane estabelece o conflito entre o casal. Ela questiona religião, tecnologia e até o vinho que o marido bebe. Ele (em silêncio) ainda sente a responsabilidade pela morte do filho e meio que não aceita os questionamentos da mulher.

Sim, é de se esperar um filme com ritmo lento e até hermético em alguns momentos, ainda mais pelo uso do Talian. A fotografia é bem bacana. Estreia em 3/10 distribuído pela Pandora Filmes.

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