Suaves, delicadas, gentis. Se é assim que você ainda vê as mulheres – sério? – pode rever seus conceitos para a nova série Why Women Kill/ Por que as mulheres matam, que estreia no Lifetime.
Criada e produzida por Marc Cherry, conhecido por Desperate Housewives e Devious Maids, a série aposta no humor ácido em histórias de mulheres em décadas diferentes envolvidas em casamentos para lá de indesejados. Uma delas é Beth Ann (Ginnifer Goodwin, de Once upon a time), uma dona de casa dos anos 1960 que descobre a traição do marido. Mas, para se vingar, Beth toma uma rota um tanto incomum, ela decide se tornar amiga da amante do marido
A outra protagonista é Simone (Lucy Liu, de As Panteras), uma ricaça dos anos 1980 que faz tudo para manter as aparências. E, para completar o time, Taylor (Kirby Howell-Baptiste, de As Trambiqueiras) é uma mulher dos dias de hoje que vive um casamento aberto e decide, junto com o marido, convidar uma terceira pessoa para o relacionamento, o que toma um rumo indesejado. O que conecta as três? Todas vivem na mesma mansão em Pasadena.
Já a segunda temporada – as duas temporadas serão exibidas em sequência de segunda à sexta-feira, às 22h50 – se passa em 1949 onde várias histórias se cruzam. Começando com Alma (Allison Toman, de Fargo), uma mulher desesperada para ser aceita pelo exclusivo Elysian Park Garden Club, presidido por Rita Castillo, interpretada por Lana Parrilla.
“Rita Castillo é uma coisa maluca, da melhor maneira possível. E ela realmente foi o próximo passo perfeito depois da série que eu havia feito antes, Once Upon a Time. Eu interpretei a Rainha Má por sete anos. Todos adoravam esse personagem, foi um papel icônico e foi uma honra ter interpretado esse personagem por tanto tempo. Então, descobrir o que eu faria depois disso não foi a coisa mais fácil, especialmente porque, na mente do setor e do público, todos me veem como aquela personagem.” Explicou a atriz durante a coletiva com a imprensa.
Mas, apesar do aparente poder social, Rita enfrenta vários problemas enquanto espera o marido morrer, já que seu casamento tem como único objetivo herdar a fortuna do idoso Carlo Castillo. Começando pela enteada, Catherine (Veronica Falcón) que obviamente não suporta a madrasta. E incluindo o jovem aspirante a ator Scooter Polarsky (Matthew Daddario) que Rita suspeita ser infiel, a ponto de colocar um detetive para descobrir se está sendo passada para trás.
“Assisti a muitos filmes antigos com Liz Taylor, Rita Hayworth, todas essas mulheres icônicas e lindas daquela época, e consegui capturar o corpo e a linguagem dessas mulheres. Porque elas eram muito sedutoras, com muita intenção, e as mulheres tinham que usar parte delas para atingir seus objetivos: sua beleza, seu estilo, suas maneiras, sua inteligência”, explicou a atriz. “Também trabalhei com um coreógrafo. Os figurinos, na verdade, eram bastante limitados, então sua linguagem corporal muda muito.”
A construção da personagem, é claro, foi além do visual. “Tem a ver com entrar na cabeça da personagem e em sua situação, o que a fez querer se vingar ou machucar outro ser humano?”, explicou Lana Parrilla, brincando que o trabalho de ator lhe permite “se esconder” nesses personagens fazendo maldades que dariam cadeia na vida real.
A atriz completou apontando para o perfil psicológico das personagens: “Mas é importante entender por que essas mulheres fazem isso; se vem de um lugar de dor ou se vem do fato de não se sentirem suficientes ou de quererem ser vistas. Inveja, ciúme, são muitas das coisas que exploramos na série. Rita Castillo é uma mulher muito complexa. Ela é casada com um homem que a controla o tempo todo, a reprime, a mantém meio que amarrada, a mantém praticamente refém, considerando que ele é um homem muito, muito rico. E, para as mulheres daquela época, havia pouquíssimas opções em termos de carreira. Então, ela meio que cai nesse casamento por desespero, por necessidade.”
Para Marc Cherry, que além de Desperate Housewives e Devious Maids foi também produtor e roteirista de Super Gatas, tudo se resume a um ponto. “Em primeiro lugar, eu adoro mulheres, sou fascinado por elas. Parece-me que a maneira como as mulheres se movem na sociedade é muito diferente da maneira masculina. A maneira como elas manifestam seu poder, como trabalham em grupos, é misteriosa e fascinante para mim, e eu adoro, adoro explorar essa dinâmica.”
