Estou aqui novamente a seus pés, deixando o imaginário voar sem
que ao menos um texto venha me bendizer, te faço companhia.
Penso, tento captar na memória que falha, palavras lidas em tantas
poesias, mas o que encontro são apenas faíscas queimando o papel.
Preciso, tenho a necessidade de escrever, o que martiriza minha alma
poeta de sonhos inacabados, saudades que choram, cicatrizes abertas.
Onde encontrar o discurso que flama a alma cansada, envelhecida da dor,
que sangra pelas esquinas da vida à procura do ser que um dia esvaeceu?
Por que continuar à procura das letras, palavras, versos que venham
compor uma triste canção de amor sem ao menos saber o nome dela?
E no imaginário que transpassa a linha da demência, encontro no final
de um fragmento de luz sobre uma lápide, um nome, uma flor… Amor.
