Crítica | Filme | Não Solte!

Crítica | Filme | Não Solte!

A Paris Filmes lança nos cinemas nacionais o suspense de terror Não Solte! (Never Let Go) e faz bem em não colocá-lo para brigar com A Última Invocação e Terrifier 3, que estrearam em 31/10, o popular Dia das Bruxas. Porque a concorrência não seria justa, já que o filme do diretor Alexandre Aja (Piranha, 2010) não tem punch para encarar uma trama paranormal ou slasher. Mas tem qualidade o bastante para agradar um público mais amplo, disposto a tomar um sustinho aqui e outro ali, sem sangue abundante escorrendo da tela.

O grande mérito de Não Solte! é criar uma atmosfera de suspense que permite uma imersão na história de uma mãe (Halle Berry, de A Liga) e seus dois filhos (vividos por Percy Daggs IV e Anthony B. Jenkins), que vivem em uma cabana no meio de uma floresta, isolados de tudo e de todos.

Logo nos primeiros minutos o espectador entende que algum mal cerca a família, impedindo que eles deixem o local. Eles só podem se movimentar pela redondeza se estiverem amarrados a cordas atadas à fundação da casa. Praticamente um ritual semi-religioso e inexplicável. Porque espíritos malignos espreitam os três.

Não se sabe se o mundo acabou em degradação social ou vítima de um holocausto nuclear. Fato é que a vida é dura, sem eletricidade, com pouca comida e muitas regras inquebrantáveis, que podem determinar vida ou morte dos três.

Mas sabem como é criança… À medida que o tempo passa, um dos meninos passa a questionar e a se rebelar com tanto controle. Ameçando a vida da mãe e do irmão, sem saber.

O roteiro assinado por KC Coughlin e Ryan Grassby funciona porque passa razoavelmente longe do óbvio e deixa uma trama aberta ao seu final. Não se apoia totalmente na atuação de Halle (que já teve o seu momento de Oscar® no passado) e ainda conta com o talento dos dois moleques. Praticamente não exsitem outros atores no elenco, mas vamos parar por aí. Não Solte! não é brilhante, mas dá conta do recado.

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