Ao ver o navio, no cais, partindo
Correu, conseguindo embarcar seus sonhos
No apito estridente o mar se abrindo
Seguiram os seus segredos-tristonhos.
Seu corpo, ainda frio e molhado
Respinga, água salgada ou apenas suor
Não sabe? Se sonhou ou estava acordado
Talvez, seja mais sábio fingir melhor.
O navio se perde nas cinzas brumas
A noite chega em companhia do vento,
Que assustam as pequenas aves sem plumas
Uivando. chorando como virgens no convento.
Tenta em vão resgatar os seus sonhos-segredos
Do louco, impensado gesto insano
Mas, seus pés afundam no agitado mar ufano
Suas mãos, não alcançam o navio em direção aos rochedos.
Só lhe resta despertar, orar e chorar
Esperar que o revolto mar se arrefeça
Depois, olhar ao mundo e deixar de culpar
Todos, quando, na verdade, apenas um mereça.
Somente ele…
