Enquanto O Mágico de Oz é a beleza do cinema e seu encanto, Wicked é mais do mesmo clássico adolescente.
Recentemente, a Universal Studios teve a ideia de reintroduzir as pessoas no universo de Oz e sua Yellow Brick Road. Com isso, aproveitaram o sucesso do musical da Broadway, intitulado Wicked, para segmentar uma nova história.
A trama acompanha a Bruxa Má do Oeste e a Bruxa Boa do Sul em suas respectivas adolescências, mostrando como cada uma se transformou até os eventos do primeiro longa.
Se, por um instante, a premissa parece ressoar de forma agradável, não se engane. O novo musical é uma produção com roupagem teen, lembrando muito Garotas Malvadas, sendo o mais pé no chão que poderia ser.
Aqui, não há mundo mágico, não há embelezamento através do cinema e não há o encantamento do original. O que se sucede é uma trama quase satírica, que quebra completamente a dualidade entre mal e bem, implementando uma crítica ao primeiro filme.
O que antes se firmava no maniqueísmo, agora é sobre duas adolescentes bobas, presas em uma espécie de Hogwarts, tentando interagir entre si, com discussões e brigas cantadas, até finalmente se amarem.
Somente pelo fato de haver uma explicação para a magia de Oz e quem poderia usá-la, tudo já se desfaz em conteúdo. O místico e misterioso, inerente àquele mundo, não existe mais. O que o substitui são explicações extremamente elaboradas onde não havia o que ser explicado.
As protagonistas, apesar de demonstrarem interpretações que evidenciam bem seus trejeitos e trajetórias nessa narrativa, tornam-se intragáveis ao se apresentarem como um puro jogo de opostos. Assim, não rompem o preto e branco que tanto tentam desconstruir, apenas o invertem.
É uma obra que tenta, ao máximo, desconstruir Oz, mas como desconstruir o inexplicável, aquilo que é por ser? Wicked, então, propõe uma explicação onde não há necessidade. Um puro jogo de cena que não entende o maniqueísmo da obra original e sua pureza, nem condena realmente atitudes malignas, apenas as enfrenta por um mundo melhor.
Acaba sendo, ao final, algo puramente construído, que utiliza Oz apenas como atrativo, mas que não explora, nem em forma nem em conteúdo, o lugar onde se ambienta. Wicked estreia em 21/11 distribuído pela Universal Pictures.

3 comentários sobre “Crítica | Filme | Wicked”