O roteirista e diretor Jefferson Mello (Samba & Jazz) estreia nos cinemas em 21/11 seu mais novo documentário, Razões Africanas. Viajando por Brasil, EUA, Cuba, Angola, Mali e República Democrática do Congo, a obra nos apresenta um pouco da história do blues, da rumba e do jongo.
O filme oferece um retrato intimista e musicalmente profundo, resgatando a identidade de três gêneros musicais que são legados do continente africano: o blues, do Mississippi; a rumba, de Havana; e o jongo, do Rio de Janeiro.
Chegando ao continente americano nos navios de escravizados africanos, o som do povo preto alcançou proporções culturais marcantes em todos os locais onde o sofrimento imposto pelo homem branco deixou suas marcas. Sua influência é tão grande que é possível traçar uma verdadeira árvore genealógica da música no continente.
O blues, profundamente enraizado no Mississippi, deu origem a gêneros como o jazz e o rock’n’roll. Já a rumba encontrou em Havana, Cuba, o seu berço, enfrentando lutas históricas como a das mulheres pela permissão de tocar o tambor batá. Mais perto de nós, no Brasil, o jongo teve destaque na Cabana de Pai Xangô, com Tia Maria, tornando-se um marco na cultura local e uma forte influência na quadra do Império Serrano.
O documentário tem uma narrativa tranquila e acessível, embora possa se tornar um pouco cansativo no final. Ainda assim, é uma ótima opção para os amantes de música e história, especialmente em um dia de semana no cinema.
Com produção e distribuição da Tremé Produções, Razões Africanas celebra a ancestralidade preta e sua profunda influência em nossa cultura musical.
