Há muito que os estúdios de animação se preocupam não apenas em renovar o conteúdo destinado ao público infanto-juvenil. Mas também entreter os adultos que acompanha essa galera ao cinema. Afinal, a experiência em uma sala de exibição tem que ser prazerosa.
Ficar olhando para o relógio para ver quanto tempo falta para acabar o sofrimento pode ser enlouquecedor. Ainda mais para quem está ao lado.
Renovar e renovar
Para não cair na mesmice de temas ou para não ficarem restritos às franquias (que também se esgotam em algum momento), os estúdios visitam até outras culturas em busca de uma boa história. Como esquecer Mulan (1998), Viva – A Vida É uma Festa (2017) e o recente Encanto (2021)?
Às vezes, entretanto, a boa ideia está na nossa cara. Basta um olhar “fora da caixa” para enxergar a oportunidade. É o caso de Os Caras Malvados (The Bad Guys), da DreamWorks, estúdio que tem se esforçado para entregar novidades no gênero animação.
A história
Lobo, Cobra, Tubarão, Piranha e Tarântula formam uma gangue incansável na prática do crime. São os tais Caras Malvados que amedrontam humanos e tiram o sono da governadora Raposina.
Essa bem-sucedida carreira do crime, entretanto, pode estar com os dias contados. Lobo pratica uma boa ação e acaba se engraçando com a ideia de se regenerar.
Ruim será convencer o resto do grupo de que o papo é sério e não apenas mais um golpe para abalar a reputação do Professor Marmelada, o porquinho da Índia mais generoso do pedaço.
Entre lobos e humanos
Os Caras Malvados é baseado na série de livros homônima de autoria de Aaron Blabey. Best-sellers absolutos entre o público infantil. A direção é do estreante Pierre Perifel (animador da franquia Kung Fu Panda, também da DreamWorks Animation).
A ideia de Blabey de pegar esses animais “vilões” e inseri-los em uma sociedade humana, vestindo-os e falando como seres humanos, quebra todos os paradigmas logo de cara. Ao mesmo tempo em que temos porquinhos da Índia na condição animal, por exemplo.
São aquelas situações inconclusivas oferecidas pela Disney, por exemplo. Por que no universo criado por Walt, Pateta veste roupa e fala e Pluto não?
Enfim, essa é uma boa sacada para Os Caras Malvados. Tanto que passa batida, sem impedir que o espectador simplesmente curta a história.
Mix de estilos
A animação reveza desenhos mais realistas, com verossimilhança, com traços necessariamente mais exagerados. Afinal, alguém consegue imaginar um tubarão de quase uma tonelada sendo um mestre dos disfarces? Ou um lobo dançando no melhor estilo John Travolta?
Essa combinação também funciona muito bem.
E animação que se preza tem que ter humor. Não apenas com piadas de peido, indicadas para o público mais infantil. Mas também com referências e influências do mundo do cinema. Perfeita para segurar os adultos na poltrona.
Vozes brasileiras
No Brasil, o elenco de dubladores conta com Romulo Estrela como o Lobo; Agatha Moreira como Diane Raposina; Sergio Guizé como o Cobra; Babu Santana como o Tubarão; Luis Lobianco como o Piranha; e Nyvi Estephan como a Tarântula.
Na dublagem original em inglês temos Sam Rockwell, Awkwafina e Craig Robinson, entre outros.
O filme é produzido por Damon Ross (executivo de desenvolvimento de O Poderoso Chefinho e co-produtor Nacho Libre) e Rebecca Huntley (produtora associada de O Poderoso Chefinho). Os produtores executivos são o próprio Aaron Blabey, Etan Cohen e Patrick Hughes. A animação estreou em 17/3/22 nos cinemas brasileiros, distribuído pela Universal Pictures, e também já chegou no streaming.

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