Desde que amargou severas críticas, não apenas dos comentaristas especializados, mas principalmente dos fãs de Star Wars, pelo descaso com que tratou a franquia com a série O Acólito, a Disney decidiu que era hora de mudar o rumo para voltar a gerar interesse dos fãs e dos futuros fãs da ópera espacial criada por George Lucas nos anos 70.

Pela reação do público que esteve neste último fim de semana no Cinemark do Shopping Eldorado de São Paulo (SP), para assistir aos dois primeiros episódios de Star Wars: Skeleton Crew, a nova série baseada na criação de Lucas tende a fazer os novos fãs e até mesmo os mais radicais, deixar de lado séries como O Acólito, Obin-Wan Kenobi e O Livro de Bobba Fett, para mergulhar nessa aventura espacial.

E começando com uma divertida homenagem aos primeiros minutos do Episódio IV, também conhecido como Star Wars: Uma Nova Esperança, com uma nova versão do ataque das forças imperiais à nave da embaixatriz Leia Organa. Aqui, a introdução serve para pontuar a história. Logo após a queda do Império, os rebeldes não têm como controlar a pirataria que aumentou consideravelmente em vários setores da galáxia.

O ataque a uma nave cargueira é tosco e brutal, com várias mortes e a revelação de que a pirataria se tornou um grande negócio. E que as forças rebeldes não têm como impedir agora, sua propagação. Tudo vai mudar por causa do que está acontecendo num outro ponto distante do universo, no lendário planeta At Attin. Lendário porque, como será mostrado na história, ninguém acredita que ele exista.

Mas estou me adiantando. Vamos voltar para uma manhã ensolarada na casa de Wim (Ravi Cabot-Conyers), onde ele se prepara para ir para e escola. O garoto sonha em conhecer algum cavaleiro jedi, que desapareceram depois da queda do Império. Seu melhor amigo, Neel (Robert Timothy Smith), que é de uma raça similar aos elefantes, só que azul, gosta da imaginação criativa de Wim, sem saber que ela vai levá-los aos confins do Universo.

E isso acontece quando, na tentativa de usar um atalho para chegar na escola em dia de prova (ele perdeu a hora), Wim acaba descobrindo o que parece ser um templo jedi escondido. Seu atraso, contudo, o faz ir para a sala da direção, onde conhece outra “rebelde”, Fern (Ryan Kiera Armstrong), que acaba descobrindo o local onde está o suposto templo. Ela e sua amiga KB (Kyriana Kratter), uma jovem gênia da informação, acaba ajudando a entrar no suposto templo.

Esses quatro jovens estão prestes a entrar, à contragosto, na maior aventura de suas vidas, quando o lugar que supostamente deveria ser um templo, se transforma numa nave estelar, que rompe a barreira energética que protege o planeta e ruma para o hiperespaço, apavorando o quarteto. Especialmente quando descobrem que estão perdidos no espaço (afe, não resisti!). É claro que, em função da abertura da série, esse grupo de jovens vai dar de cara com um grupo de piratas bem alucinados.

Não vamos adiantar mais nada porque a chegada de Jude Law dentro da série só vai acontecer depois. O curioso é que à medida que a história avança, não dá para deixar de lado uma das fontes de inspiração para essa nova série. Os Goonies, filme de Richard Donner de 1985, onde um grupo de crianças sai à caça de um antigo tesouro pirata, enquanto são perseguidos por uma família de criminosos.

Com um tom de comédia juvenil, Star Wars: Skeleton Crew afasta as questões nefastas de O Acólito, como usar inseminação artificial para criar os Sith, para levar o quarteto numa divertida aventura, cheia de referências do lado bom de Star Wars, efeitos visuais de tirar o fôlego, além de personagens que ficarão na memória dos fãs.

Aliás, o título original, que não foi traduzido, tem muito a ver com piratas e seu legado. Porque a Disney não fez a versão em português, que daria mais sentido ao título original, é um mistério…

Curiosamente, a série acabou servindo não apenas para o público infanto-juvenil, como também para o público jovem dos anos 80, que assistiu Os Goonies, E.T. – O Extraterreste, as aventuras de Indiana Jones.   Ou seja, Star Wars: Skeleton Crew é uma série para a família curtir na frente da TV.