Crítica | Filme | A Semente do Fruto Sagrado

Crítica | Filme | A Semente do Fruto Sagrado

Escrito e dirigido pelo renomado cineasta Mohammad Rasoulof, conhecido por Não Há Mal Algum, A Semente do Fruto Sagrado se destaca como uma das grandes obras-primas do cinema iraniano. A história se passa em Teerã, capital do Irã, e acompanha Iman, um juiz que enfrenta um dilema moral em meio a um cenário de intensos protestos políticos. Após a morte de uma jovem ligada ao clima de paranoia instaurado no país, Iman decide adquirir uma arma para defesa pessoal. Porém, quando o revólver desaparece misteriosamente dentro de sua própria casa, ele passa a desconfiar de sua esposa e duas filhas, desencadeando um ambiente de tensão, desconfiança e discussões familiares.

A narrativa é marcada por um dilema ético que desafia o espectador, levando-o a refletir sobre as pressões de um regime autoritário e as dinâmicas opressivas dentro de uma estrutura familiar patriarcal. Embora o filme tenha um ritmo mais lento, a intensidade cresce gradativamente, culminando em um desfecho poderoso.

Essa coprodução entre Irã, França e Alemanha já conquistou espaço no circuito internacional, sendo indicada ao Globo de Ouro na categoria de filme em língua não inglesa e concorrendo a uma possível indicação ao Oscar de melhor filme internacional.

A Semente do Fruto Sagrado se destaca pela excelência das atuações e pela habilidade de Rasoulof em abordar temas como o patriarcado sufocante, a repressão às mulheres e as tensões políticas em um regime ditatorial. Além disso, oferece uma oportunidade única de conhecer a cultura e os dilemas do Irã contemporâneo por meio de uma narrativa envolvente e impactante.

Vale lembrar que o diretor Mohammad Rasoulof foi condenado à prisão por suas críticas ao governo iraniano, mas conseguiu fugir para a Europa, de onde continua a produzir seu trabalho de forma brilhante e corajosa.

Em resumo, A Semente do Fruto Sagrado não é apenas um retrato de uma sociedade em crise, mas também uma reflexão universal sobre moralidade, opressão e resistência. Uma obra indispensável para os amantes do cinema em 2024. Estreia em 9/1/25 distribuído pela Mares Filmes.

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