Crítica | Filme | Garra de Ferro

Crítica | Filme | Garra de Ferro

O Oscar® tem chamado a atenção de todos no mercado de entretenimento, seja pelas indicações, seja pelas injustiças costumeiras. E desde a entrega do 81º Globo de Ouro vinha me perguntando por que a imprensa americana tem falado muito de Garra de Ferro (The Iron Claw). O filme estreia em 7/3, distribuído pela California Filmes.

E a razão é simples. O filme escrito e dirigido por Sean Durkin (da série Gêmeas: Mórbida Semelhança) é uma história tipicamente americana sobre uma família que vive da luta livre nos anos 1980 e 1990 no Sul do país. Engana-se, contudo, quem espera algo na linha Rocky, um Lutador. A saga da família Von Erich se aproxima mais daquele filme do Mickey Rourke, O Lutador (2008).

A superação no esporte, comum à Rocky Balboa e o seu Olho de Tigre, nunca chega aos Von Erich. O patriarca, Fritz (Holt McCallany), cobra muito dos seus quatro filhos: Kevin (Zac Efron), Kerry (Jeremy Allen White), Mike (Stanley Simmons) e David (Harris Dickison). Eles se superam mesmo é na vida. Ou ao menos tentam.

No mundo da luta livre americana

Por um momento o centro das atenções é Kevin, promessa da luta livre. Quando os EUA cancelam a ida às Olimpíadas na extinta União Soviética, Kerry volta para o ringue. Mike também luta e tem uma autopromoção mais eficiente. E David quer ser músico. A pobre Doris Von Erich (Maura Tierney) assiste a tudo completamente passiva.

Todos, contudo, vivem o sonho do pai de trazer o cinturão de campeão para casa. E Fritz é bem obsessivo quanto a isso, passando com uma moto niveladora em cima de tudo para atingir o seu objetivo. Pois Garra de Ferro arruma tempo para contar essa um tanto melancólica história dos “Kennedy do esporte” e ainda pintar um cenário machista e bastante abusivo ao fundo.

Totalmente condizente com a realidade do Sul dos EUA nessa época. Que talvez ainda resista nos redutos americanos mais conservadores.

Os inseparáveis Von Erich

Garra de Ferro não parece ser talhado para o Oscar® (assim como Nyad, com Jodie Foster, outro filme com tema esportivo apontado como injustiçado nas indicações). E não é por falta de qualidade, mas porque a concorrência é mais forte. É um bom entretenimento, mesmo para quem não conhece o esporte ou os Von Erich.

Tem uma trilha bacana, uma reconstituição de época eficiente (que cortes de cabelo são aqueles?!) e não se arrasta em momento algum. E olha que tem mais de duas horas de duração…

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