O documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil, dirigido por Alessandra Dorgan, estreia nos cinemas brasileiros em 16/1/25, com distribuição da Embaúba Filmes. A produção, assinada por Camila Nunes, Daniel Gaggini, Deborah Osborn e Felipe Briso, adota uma abordagem intimista, narrada pelo próprio Luiz Melodia através de vídeos gravados ao longo de sua carreira.

Com uma linguagem que valoriza a integridade e a essência do cantor, o documentário é um tributo à mente e ao coração de um dos maiores artistas brasileiros. Dispensa o uso de narradores externos para dar protagonismo à voz do próprio Melodia, reforçando sua autenticidade como contestador e artista único.

Origens e trajetória de Luiz Melodia

Luiz Carlos dos Santos, ou Luiz Melodia, nasceu no Morro de São Carlos, no bairro Estácio, Rio de Janeiro, na década de 1950. Filho de Oswaldo e Eurídice, ele cresceu cercado pelo samba e pelas influências culturais de sua comunidade. Seu amor pelo Estácio e seu povo foi uma constante em suas composições, que transmitiam a alma do bairro em letras carregadas de emoção e pertencimento.

Descoberto por Wally Salomão e Torquato Neto, Melodia teve sua primeira grande oportunidade quando Gal Costa gravou Pérola Negra, um sucesso instantâneo. Em seguida, Maria Bethânia interpretou Estácio, Holly Estácio, consolidando a carreira de Melodia como compositor e abrindo as portas para o lançamento de seu primeiro disco, Pérola Negra, em 1973.

Com sua voz marcante e um estilo inconfundível, Melodia desafiou padrões da indústria musical ao longo de sua trajetória. Ele se recusou a se adequar às imposições das gravadoras, reafirmando sua liberdade artística até o fim de sua vida.

Legado imortalizado no cinema

Luiz Melodia, que faleceu em agosto de 2017 em decorrência de um câncer raro na medula óssea, deixou um legado de 13 discos de estúdio e diversas colaborações com outros artistas.

O documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil não apenas celebra suas músicas, mas também apresenta ao público sua história de vida, marcada pela resistência e autenticidade. Para novas gerações, é uma oportunidade de conhecer o “Orfeu Negro carioca” e sua contribuição inestimável para a música brasileira.