A Paris Filmes entrega ao circuito exibidor em 23/1 o longa-metragem Ameaça no Ar (Flight Risk), um thriller de suspense que tem direção e produção de Mel Gibson. O ator, que já esteve no topo da cadeia alimentar em Hollywood (colecionando até dois Oscars), parece que vem emprestando sua reputação a produções com orçamentos menores nos últimos anos. Talvez em função de suas quase sempre polêmicas declarações, Mad Mel foi ficando para escanteio nos grandes estúdios.
O jeito foi usar a sua produtora, a Icon, ao lado da Hammerstone Studios e da Davis Entertainment, para gerar esse Ameaça no Ar, um daqueles filmes que parte de um plot até interessante, mas que revela suas próprias limitações no desenrolar da história.
No filme, Topher Grace (de Homem-Atranha 3) é um criminoso/testemunha que está sendo transportado de avião sob proteção da U.S. Marshall Madolyn Harris (Michelle Dockery, do longa Magnatas do Crime). Logo depois que embarcam, ambos começam a suspeitar de que o piloto (vivido por Mark Wahlberg), na verdade, é um matador contratado para silenciar a testemunha.
Essa trama se estabelece logo no começo do filme e praticamente o que acontecerá daí até o final, acontece na cabine do avião que transporta os três personagens sobre as montanhas geladas no norte dos EUA e Canadá. Claro que brota uma curiosidade para saber como o espectador será entretido até o desfecho previsível. Como digo sempre, o que importa nem sempre é o caminho, ms a jornada em si.
A impressão que tive é que o filme é prisioneiro do próprio roteiro. Ou seja, o confinamento limita a ação, portanto, a solução é explorar um pouco do background dos personagens e a interação entre eles e com os poucos personagens cujas participações limitam-se a suas vozes. O que se vê é um emaranhado de clichês. Wahlberg, por exemplo, faz o tipo psicopata com certo senso de humor. Grace é o looser arrependido da carreira criminal. E Michelle está tendo uma segunda chance na carreira, apesar do descrédito dos colegas.
Com isso, Ameaça no Ar se revela um entretenimento bem perto do ok, reforçando minha teoria de que Mel Gibson continua com a mão pesada para a direção. E tudo bem, é seu estilo. Bom lembrar que a sequência de A Paixão de Cristo teve sinal verde. O que será que ele nos reserva para a ressurreição de Jesus?

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