Acabei deixando passar a crítica de Acompanhante Perfeita sem razão aparente. Pior que não se trata de um filme totalmente esquecível, mas também não é uma obra-prima. Acho que valerá uma segunda olhada quando vier para o streaming.
O filme dirigido e roteirizado por Drew Hancock, oferece uma experiência diferente dentro do gênero suspense/terror e parece que consegue equilibrar bem essas e outras influências. Tanto que um olhar precipitado a partir do título pode sugerir uma comédia romântico ou algo assim. E até tem romance nessa trama de ficção científica, que explora a máxima do gênero: o convívio dos humanos com seres artificiais (aqui citando Aliens, o Resgate).
A trama acompanha Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid), um casal que se encontra em um fim de semana com uns amigos no casa isolada na floresta. Sempre tem que ser assim, né? Se parecia que o romance estava no ar, tudo vai abaixo quando o anfitrião (vivido por Rupert Friend) é morto por Iris depois de assediá-la sexualmente.
E a seguir vem uma pancada de SPOILERS, portanto, se preferir, pare por aqui.
O que parecia uma tragédia é, na verdade, um meticuloso plano para usar Iris, um tipo inofensivo de fembot acompanhante, como bode expiatório. Afinal, basta desligá-la e devolvê-la para a fábrica alegando defeito no produto. Mas o destino agirá a favor dela transformando o final de semana em um razoável banho de sangue.
É bem interessante como Hancock brinca com vários clichês de filmes de vários gêneros, tipo o “não é você, sou eu”. Por trás de um aparente humor esconde-se uma boa dose de crítica social ácida sobre relacionamentos, machismo, assédio e afins. Nada profundo, mas com claro propósito de entreter.
O casal protagonista/antagonista, Sophie Thatcher (Yellowjackets) e Jack Quaid (The Boys, cada vez mais parecido com seu pai), dá conta do recado sem dificuldade já que não se trata de Hamlet. Entretenimento e original dentro do que é possível. Acompanhante Perfeita estreou em 30/1 distribuído pela Warner Bros. Pictures.
