Crítica | Filme | Os 80 Gigantes

Crítica | Filme | Os 80 Gigantes

O documentário Os 80 Gigantes é a típica produção que merece destaque, atenção e carinho do espectador brasileiro. Apesar de ser hermético e ter uma estreia bem restrita no circuito nacional em 20/2. A Sambaqui Cultural (também produtora) distribuirá o filme em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba apenas. Consciência de que Os 80 Gigantes não deve fazer uma luta de igual para igual com os outros títulos que entram em cartaz.

Como disse, aborda um tema muito nichado (pegando carona no jargão do mercado): a trajetória da Cia dos Ventos, companhia de teatro de bonecos giganes (lembrando os de Olinda, daí o título) fundada em Curitiba (PR) por uma família de artistas que, nos anos 2000, se estabeleceu em São José dos Pinhais (PR). Após enfrentar desafios causados por desmandos políticos, o grupo luta para manter viva essa tradição.

Em um país que recentemente abandonou a cultura de forma geral, falar de uma arte praticamente esquecida deveria ser um ponto de honra para todos. Contudo, a gente saber que não é assim que os exibidores conduzem a banda. Tem que ter lucro ou, no mínimo, dar prestígio via premiações. Mesmo assim, fica muito difícil ultrapassar uma primeira semana de exibição sem resultados no azul.

A Sambaqui e a diretora do documentário, Joana Nin, adotaram o modelo de lançamento semelhante ao que implementaram com Proibido Nascer no Paraíso. Ou seja, além das sessões em cinemas, Os 80 Gigantes segue um formato itinerante, promovendo exibições gratuitas e debates para ampliar o impacto social do filme.

Joana ainda destaca que o lançamento comercial está ligado a uma mobilização nacional, envolvendo bonequeiros, escolas e instituições interessadas. Paralelamente, uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria busca viabilizar o lançamento de um livro comemorativo pelos 30 anos da Cia dos Ventos.

A luta é muito dura e desigual, mas tem que existir.

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