Foi visível o pesar com que a imprensa especilizada mundial informou o falecimento do ator americano Gene Hackman, aos 95 anos, encontrado em sua residência em Santa Fé, Novo México, ao lado de sua esposa, Betsy Arakawa, e de seu cão. As autoridades locais confirmaram que não há indícios de crime, e as causas das mortes estão sob investigação.
Hackman era um daqueles atores que facilmente roubava a cena do protagonista. Não que ele mesmo não tenha sido um tremendo protagonista, mas é que o talento era tanto que ocupava a tela toda mesmo que em poucos minutos em cena. Talento bruto, diga-se de passagem, como o temperamento da maioria dos seus personagens. Mesmo na versão americana de A Gaiola das Loucas (1996), quando se traveste de mulher, Gene lembrava mais os tantos tiras durões que viveu no cinema!
Nascido em 30 de janeiro de 1930, em San Bernardino, Califórnia, Eugene Allen Hackman teve uma carreira cinematográfica que se estendeu por mais de quatro décadas. Conhecido por sua versatilidade e presença marcante, Hackman conquistou dois prêmios Oscar: Melhor Ator por Operação França (1971), onde interpretou o detetive Jimmy Popeye Doyle, e Melhor Ator Coadjuvante por Os Imperdoáveis (1992), no papel do xerife Little Bill Daggett.
Entre seus trabalhos mais notáveis estão Bonnie e Clyde (1967), que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar; A Conversação (1974), onde viveu o introspectivo Harry Caul; e Superman (1978), no papel do icônico vilão Lex Luthor. Hackman também brilhou em filmes como Mississippi em Chamas (1988), Hoosiers (1986) e Os Excêntricos Tenenbaums (2001).
Aliás, Mississippi em Chamas é um marco pessoal meu, porque foi um dos dois primeiros filmes que critiquei para uma publicação especializada da época. Além de ser um filme muito bom, me ajudou a fincar os pés no mercado de entretenimento. E Gene está ótimo como sempre ao lado do também muito talentoso Willem Dafoe.
Além de sua carreira no cinema, Hackman dedicou-se à literatura após sua aposentadoria em 2004, coautorando três romances históricos e publicando duas obras solo. Sua contribuição para a Sétima Arte e para a cultura popular permanece inestimável, deixando um legado que continuará a inspirar gerações futuras.
