Crítica | Filme | Novocaine - À Prova de Dor

Crítica | Filme | Novocaine: À Prova de Dor

Se você também cansou se histórias de super-heróis, vai gostar de Novocaine – À Prova de Dor, longa que brinca com a ideia de uma pessoa ter um poder sobre humano.  

Mas, lembre-se da primeira lei da ficção, porque é necessário acionar a suspensão de descrença para curtir o longa em todo o seu exagero misturado à pancadaria e até doçura no que acaba sendo uma longa piada com Wolverine, incluindo uma cena saída exatamente dos filmes estrelados por Hugh Jackman.

Tudo começa com Nathan Caine, nosso protagonista e narrador (Jack Quaid, que herdou o sorriso demoníaco do pai, Dennis Quaid). Um rapaz comum com uma condição muito incomum, Nathan é um afável subgerente de banco que divide seus dias entre trabalho e sessões de videogame com um amigo online, e portador de CIPA, sigla para insensibilidade congênita à dor com anidrose, condição que faz com que ele não sinta dor.

A condição genética é real. O que se segue no filme não é. O que já dá para perceber no trailer, quando Nathan leva uma pancada de uma bola de metal cheia de espetos e reage como se nada tivesse acontecido. Obviamente, o personagem não sente dor, a bola, entretanto, deveria jogá-lo no chão com uma bela hemorragia. Mas basta deixar essa parte chata chamada realidade fora da equação que a jornada de Nathan fica divertida. E claro, inclui um interesse romântico e uma revolução na vida.

Isso porque desde seu diagnóstico, ainda criança, Nathan evita todo e qualquer tipo de risco. Nada de alimentos sólidos para evitar morder a língua, ou bebidas quentes porque ele não sentiria uma queimadura, distância dupla do carro da frente ao dirigir, proteção em maçanetas e por aí vai. Tudo devidamente jogado para o alto quando ele se apaixona por Sherry (Amber Midthunder), uma colega de trabalho em tudo diferente dele e que o leva a experimentar novas coisas. Sim, aquela coisa também. Então, não é nenhuma surpresa que ao ver Sherry ser sequestrada após um assalto ao banco, Nathan saia em perseguição para salvar sua garota.

Daí em diante, o filme poderia ser uma aula para a Disney de como fazer um desenho animado com atores. Nathan é socado, cortado, empurrado, enfiado em gordura quente, acertado pela tal bola de espetos, e segue não só vivo como falante e fisicamente capaz. Só falta a bigorna caindo de algum lugar e afundando o personagem no chão sem causar nenhum dano. Ou quase, já que o sangue aparece em abundância.

Em meio à falta de realismo, sobra uma certa doçura em ver o magrelo, gentil e sem noção Nathan encarando bandidos musculosos, incluindo uma cena de tortura em que o rapaz realmente mostra que não faz ideia do que é dor. Poderia se chamar a vingança do bancário, mas, embora divertido, vamos esperar que ninguém tenha ideia de fazer uma parte 2 porque não há necessidade. Assim como Jacob Batalon não precisava interpretar mais uma vez o amigo do herói como faz em Homem-Aranha. Estreia em 27/3 distribuído pela Paramount Pictures.

Deixe um comentário