O terceiro álbum de estúdio de Marina Sena, Coisas Naturais, vem com uma paleta sonora diversa, recriando estilos e gêneros musicais brasileiros sob uma colagem pop que falha em amalgamar tudo efetivamente, fazendo com que essas referências sonoras mal ultrapassem a superfície de onde são expostas.
Marina é uma plataforma interessante para usar esses estilos – outros também, como o reggaeton –, mas como artista pop, ela se vê limitada em ir além de onde está. É como se ela de fato trouxesse uma boa curadoria de sons a serem explorados, mas o fizesse com uma superficialidade inerente ao seu espaço demográfico.
Bons acertos
Apesar disso, o álbum tem bons momentos. O que é o suficiente para ser considerado um material regular; uma boa tentativa. Faixas como “Anjo” são puramente devocionais, acenando para a inspiração da artista em Gal Costa. “Doçura”, por outro lado, expande o repertório para um reggaeton que mistura português com espanhol – um grande acerto.
