Crítica | Filme | Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith (relançamento)

Crítica | Filme | Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (relançamento)

Em 1980, logo após a estreia de Guerra nas Estrelas – O Império Contra-Ataca, George Lucas revelou várias informações que ele tinha sobre a criação dessa sua ópera espacial. Além de dizer que foi inspirado por Flash Gordon, personagem criado por Alex Raymond nos anos 30, ele afirmou que a saga de Luke Skywalker não se resumia apenas aos dois filmes e ao terceiro que já estava escrevendo, mas a um total de 9 filmes, divididos em três trilogias.

É claro que isso só foi possível graças ao gigantesco sucesso que o primeiro Guerra nas Estrelas teve no mundo inteiro, fazendo com que a Fox liberasse o dinheiro para que a criatividade de Lucas alcançasse todo o universo. Curiosamente, Lucas demorou a colocar no papel como seriam as outras duas trilogias.

O trabalho começou efetivamente depois do relançamento das edições especiais dos episódios Uma Nova Esperança (IV), O Império Contra-Ataca (V) e O Retorno de Jedi (VI), feito em 1997. Lucas começou a trabalhar no roteiro do primeiro episódio, Ameaça Fantasma. A ideia original, sobre Luke Skywalker, mudou para contar a origem de Anakin Skywalker.

E assim nasceu a primeira trilogia em 1999, causando um impacto na indústria e entre os fãs, pelo rigor visual e por mostrar algo apenas mencionado nos primeiros filmes: os cavaleiros Jedi em plena forma e força, sem trocadilhos. O problema é que, por melhor que fosse o visual, utilizando a mais moderna ferramenta em computação gráfica para realçar os efeitos visuais sofisticados, George Lucas esqueceu do fator principal: como contar essas histórias.

Independentemente de críticas pontuais, a primeira trilogia mostrou o que foi a passagem de uma sociedade espacial e seus problemas de relacionamentos para uma guerra intergaláctica que mudou a política entre planetas por décadas. Mas o ponto que se tornou o núcleo da nova trilogia era mostrar como o pequeno escravo Anakin Skywalker se transforma numa máquina assassina, quando o Lado Negro da Força toma conta de sua alma.

Assim como os dois primeiros filmes, Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith mostra como o imperador Palpatine consegue influenciar o jovem Anakin, mostrando aos poucos que a Ordem dos Jedi não era tão boa assim. A situação é tão avassaladora que, tomado de um rancor assustador, já previsto pelo maléfico Imperador, Anakin invade o templo Jedi e não deixa ninguém vivo, incluindo os infantes que estavam treinando para serem futuros cavaleiros da ordem.

Dois momentos especiais: a luta de Mestre Yoda enfrentando Palpatine de um lado, enquanto, do outro lado, Mestre Obi-Wan Kenobi luta no planeta vulcânico Mustafar contra o possuído Anakin. Os dois combates são épicos, mas o confronto final entre Anakin e Obi-Wan é um dos melhores momentos de Star Wars.

No DVD de Ameaça Fantasma, existe um pequeno documentário mostrando o treinamento dos atores Liam Neeson e Ewan McGregor para a luta contra Darth Maul (Ray Park). Pela dedicação apresentada no treinamento, o que se vê entre Anakin, feito por Hayden Christensen, e Obi-Wan é um duelo de dois titãs, que termina no flagelo merecido do personagem com complexo de Herodes.

E, para piorar, quando Anakin está sendo “salvo” por Palpatine, o inescrupuloso personagem ainda sugere ao delirante ferido que foram os Jedi os responsáveis pela morte de sua amada, Rainha Amidala (Natalie Portman). E o que ressurge dessa avalanche de sentimentos conflitantes é o poderoso Darth Vader.

Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith pode não ser uma obra-prima dentro do universo criado por George Lucas. É, contudo, um filme importante para entender o resto da obra criada pelo criativo rebelde dos anos 60. Tem falhas, sim. Mas quem se importa com falhas quando tem essa guerra nas estrelas para se divertir e torcer por um futuro melhor nesta galáxia muito, muito distante. Reestreia em 24/4, distribuído pela Disney.

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