Crítica | Filme | Homem Com H

Crítica | Filme | Homem Com H

A cinebiografia de Ney Matogrosso, Homem Com H, interpretado por Jesuíta Barbosa, mergulha na trajetória de um dos artistas mais transgressores da música brasileira. O longa acompanha Ney desde a infância, ainda como Ney de Souza Pereira, destacando o conflito com o pai militar que o reprimia e considerava a carreira artística uma perda de tempo. Desde cedo, Ney já demonstrava seu desejo de liberdade e de viver à margem das convenções sociais — postura que guiaria toda a sua vida e obra.

O filme percorre momentos emblemáticos de sua carreira, como a descoberta de sua voz, a criação do grupo Secos & Molhados e as disputas nos bastidores com empresários. Também dá atenção especial à construção de sua imagem no palco, incluindo o uso marcante da maquiagem — adotada por Ney antes mesmo da banda Kiss, como o longa faz questão de ressaltar.

Além do enfrentamento ao preconceito e à homofobia da época, o roteiro também aborda sua relação pessoal com Cazuza, marcada por amizade, afeto e afinidades artísticas.

Apesar de um ritmo por vezes arrastado, a direção acerta ao equilibrar momentos íntimos com passagens icônicas da carreira de Ney, resultando em uma cinebiografia honesta, provocadora e relevante — à altura do artista que desafiou padrões e fez história. Homem Com H estreia em 1/5 distribuído pela Paris Filmes.

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