Você já deve ter lido aqui no Jornal 140 que o clássico do terror Evil Dead (1981) foi campeão de locações no Brasil no período do seu lançamento em VHS. Primeiro estourou como fita alternativa e depois teve vida longa também no mercado legal, quando recebeu o nome Evil Dead – A Morte do Demônio.
O filme foi o cartão de apresentação do diretor e roteirista Sam Raimi em Hollywood e funcionou muito bom com nítidos poucos recursos visuais. Contudo, a criatividade comeu solta com a tal “subjetiva de rato” avançando rumo à casa das vítimas, emitindo uma gama de ruídos estranhos e perturbadores.
O humor também foi marca registrada do filme e de Raimi, que introduziu Bruce Campbell, seu amigo, ao mundo e o carregou para cá e para lá em seus filmes seguintes. Apesar da canastrice de Campbell, mas isso é outra história.
O quinto filme
A Morte do Demônio: A Ascensão, é o quinto filme da franquia Evil Dead e houve uma refilmagem de Evil Dead em 2013, chamada em português A Morte do Demônio. Isso pode confundir um pouco o espectador. Contudo, o que os realizadores de A Ascensão entregam aos fãs do terror é uma história bem sangrenta envolvendo os famosos demônios vistos até agora na franquia.
Assim como no recente Pânico VI, a ação em A Morte do Demônio: A Ascensão se desloca da floresta para a cidade (no caso, Los Angeles). Duas irmãs distantes, Ellie e Beth (interpretadas por Alyssa Sutherland e Lily Sullivan), têm seu reencontro interrompido por uma horda de demônios. Isso porque o filho de Ellie descobriu o famoso Livro dos Mortos e evocou a entidade do mal. Que se alimenta de dor e de mortes horrendas. Claro, os inocentes dessa história estão presos em um prédio caindo aos pedaços, bloqueados após um terremoto.
A ascensão de nova franquia
Lee Cronin (O Bosque Maldito), diretor e roteirista de A Morte do Demônio: A Ascensão, tomou a decisão adequada de sair do lugar comum de Evil Dead. Deu um basta naquela história de cabana isolada e grupo de jovens que querem se divertir no final de semana. Começa com um flashback que vai direto ao ponto (inclusive com a tal ascensão) e já se desloca para Los Angeles. Em busca de novas vítimas, claro.
A produção de Rob Tapert (série Ash vs Evil Dead) e a produção executiva do criador de Evil Dead, Sam Raimi, e seu amigão Bruce Campbell (o eterno Ash), entre outros, deve ter colaborado muito na hora da tomada de decisões. Isso de virar a página e revitalizar o tema não apenas deixa o remake de 2013 devidamente para trás, como escancara uma porta para o futuro. Sempre dependendo do resultado nas bilheterias.
Ainda que o humor do Evil Dead original não se faça presente, os fãs do que foi feito antes de 2013 terão um bom terror de sobra. Com jump scares, sanguinolência de primeira e mortes bem criativas. O humor, na verdade, brotou da combinação de falta de dinheiro com criatividade sobrando. Na execução, beirando o ridículo, digamos assim, surgia o humor no original. Essa característica acompanha Sam Raimi ao longo de sua carreira, aliás.
É preciso dizer que, apesar disso tudo, o filme pode não abalar os fãs do terror, sempre ávidos por novidades. A Ascensão não é exatamente novo, contudo, tem muitas qualidades. A Warner Bros. Pictures distribuiu A Morte do Demônio: A Ascensão no Brasil em 20 de abril de 2023 nos cinemas. E ele está disponível no streaming.
