A decisão da Disney de dar uma versão live action aos seus clássicos e não tão clássicos assim pode ter, finalmente, encontrado um filme que não merece o esquecimento ou o fundo da prateleira. Cheio de doçura e bons sentimentos, Lilo & Stitch traz de volta a história que une as duas pontas dos filmes com alienígenas, o monstro assustador e o amigo vindo de outra galáxia. Algo como o meio termo entre Alien e ET sem a baba nojenta.
Para quem não viu ou não lembra bem como foi o original, a história começa numa galáxia muito distante habitada por seres de todas as formas possíveis onde um cientista é julgado por criar um ser perigoso em seu laboratório. Todo caretas e dentes afiados, garras e seis braços, o ser azul orelhudo sem nome toca o terror no lugar antes de escapar pelo espaço e cair no Havaí, onde encontra Lilo (Maia Kealoha), uma menina solitária que vive com a irmã mais velha, Nani (Sydney Agudong), após a morte dos pais das duas.
Ativa, inteligente, elétrica, Lilo ainda processa as perdas, não apenas dos pais, mas também da irmã que tinha antes da tragédia. Campeã de surfe com uma bolsa de estudos à sua espera em uma universidade, Nani é empurrada para a categoria de adulto responsável da casa, não vendo outra saída a não ser desistir de sua vida para cuidar da irmãzinha, de quem deixou de ser a companheira divertida.
É nesse contexto que Lilo encontra o estranho ser que se disfarça de cachorro, mesmo sendo azul, e se torna a primeira pessoa a tratá-lo como indivíduo ao lhe dar um nome, Stitch. É o caos encontrando o caótico, com a garotinha e seu companheiro se envolvendo em todo tipo de confusão enquanto dois alienígenas, Jumba e Pleakley (Zach Galifianakis e Billy Magnussen) e o agente do governo Cobra Bubbles (Courtney B. Vance) perseguem a criatura, eles para levar o monstrinho de volta ao seu planeta, o agente para coisas que agências do governo fazem com alienígenas.
O enredo não foge da animação que lhe deu origem, incluindo a trilha sonora com canções de Elvis Presley, algo bem fora do comum para a Disney, que sempre preferiu canções originais para suas animações. As confusões dos dois alienígenas incompetentes e de Stich quebrando coisas dão o tom de comédia física enquanto os personagens vão exemplificando o tema central da história, a ideia de que família vai além dos laços de sangue para incluir todo o círculo de apoio que torna a vida possível, mesmo, e principalmente, quando coisas ruins acontecem.
Com um final ajeitadinho para todo mundo ter o que quer, a versão live action é um tanto mais doce que a animação, tirando um pouco do lado selvagem de Stitch e da aspereza das brigas entre as irmãs. Não é um grande clássico, mas não faz o estúdio passar vergonha como algumas das transferências de animação para live action fizeram. Não deixa de ser um alívio. Lilo & Stitch estreia em 22/5 distribuído pela Disney.
