Crítica | Filme | O Esquema Fenício

Crítica | Filme | O Esquema Fenício

Wes Anderson retorna aos cinemas com O Esquema Fenício, longa que mantém sua identidade estética inconfundível, mas também reforça uma sensação de repetição que vem marcando seus últimos trabalhos. Assim como em O Grande Hotel Budapeste, Asteroide City e Os Excêntricos Tenenbaums, o novo filme apresenta a mesma combinação de enquadramentos milimetricamente simétricos, planos abertos e movimentos de câmera laterais que se tornaram assinatura do diretor.

A direção de arte segue impecável, e a fotografia, como de costume, é cuidadosamente elaborada. No entanto, falta frescor. Anderson parece mais preocupado em reafirmar seu domínio técnico do que em oferecer uma narrativa que surpreenda. A sensação é de déjà-vu, como se o espectador estivesse assistindo a mais do mesmo, apenas com variações no cenário e no elenco.

A trama gira em torno do magnata Zsa-Zsa Korda (Benicio del Toro), que sobrevive a mais um acidente aéreo e decide nomear sua filha, uma freira vivida por Mia Threapleton, como herdeira de sua fortuna. A partir daí, os dois se envolvem em um novo empreendimento que logo atrai espionagem industrial, intrigas familiares, terrorismo e até tentativas de assassinato. A história se desenrola com o típico humor seco de Anderson, que pode agradar aos fãs mais fiéis, mas carece de inovação.

O elenco de coadjuvantes é estelar, como sempre, reunindo nomes como Michael Cera, Tom Hanks, Riz Ahmed, Bryan Cranston, Mathieu Amalric, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Bill Murray, Willem Dafoe, Jeffrey Wright, Charlotte Gainsbourg, F. Murray Abraham, Rupert Friend e Hope Davis. Ainda assim, tantos talentos pouco acrescentam à narrativa que parece estar presa em um círculo estético confortável demais para se arriscar. O filme estreia em 29/5 distribuído pela Universal.

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