Vai-se o tempo carregado pelos anos,
Porém, ainda vejo aquele menino.
Oito anos talvez um pouquinho mais;
Cabelos castanhos, rostinho redondo,
Olhar pueril, sorriso leve e gostoso.
Na rua da minha casa brincava de bola,
Bolinhas de gude, roda pião e outros.
Na mesma rua uma Lenhadora, que
Ocupava um grande terreno…
.
E lá, entre tantas árvores, um pé de
Laranja lima, que ficou sendo meu.
Sentia verdadeira atração por esta
Pequena árvore. Suas folhas estavam
Sempre verdes; e na época da floração
Igual uma linda donzela a esperar seu
Príncipe encantado, cobria-se de um
Doce e sedutor perfume.
Linda! Permanecia continuamente
Sorrindo para o crepúsculo; e quando
O Sol nascia, suas pequeninas flores
Brancas se compunham em tecido,
Vestindo-a de noiva para a sua boda
Com o Príncipe encantado Astro Sol.
E quando seus frutos, filhos do seu
Casamento com o Sol ficavam bem
Madurinhos da cor dourada; seus
Sumos, doce néctar dos deuses,
Memórias dos meus dias de criança;
Tornando-os inesquecíveis para sempre.
Hoje, somente vontade de voltar…
Saudade de Jundiaí, da Rua Senador Fonseca,
Do meu pé de laranja Lima.
