Crítica | Música | Something Beautiful

Crítica | Música | Something Beautiful

Miley Cyrus quer ser ouvida, ou melhor, quer ser levada a sério em seu novo álbum, Something Beautiful. Para este lançamento, ela arquitetou uma verdadeira odisseia em materiais de divulgação, com dizeres definitivos de que este seria seu maior e mais importante empreendimento, inclusive no âmbito cultural. Será mesmo?

Pode parecer presunçoso, e de fato é, mas não podemos negar que ela acertou, nem que seja numa quantidade mínima. O álbum brinca com algumas marcas de psicodelia na música pop, o faz a partir de composições instrumentais de ponta – o melhor trabalho em sua carreira no sentido de produção.

Parece o que não é

O problema é que grande parte das músicas, principalmente no ponto de vista lírico – e aqui entramos em seus refrãos – não parecem prontas para comportar esse som mais robusto e sofisticado. Isso faz com que o álbum pareça percorrer dois caminhos distintos e soar, sobretudo, como se não fosse algo de Miley.

Sua mudança, por mais planejada que tenha sido, não ocorre de forma natural. As coisas soam como se tivessem fora do lugar e, para mim, é muito difícil adentrar nesses novos espaços programados pela artista, pois parece forçosamente construído e calculado – como nos excessos de interlúdios – para dar a impressão de ser maior do que não é.

3/5

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