Crítica | Música | Addison

Crítica | Música | Addison

Björk, Madonna, Janet Jackson, Lana Del Rey, Grimes, Lady Gaga, Britney Spears, Charli xcx e etcétera. A lista de divas pop que podem facilmente ser apontadas em algum momento no álbum de estreia de Addison Rae é longa, mas nunca totalizante. Aqui, esse conjunto de nomes serve apenas como alfinetes em um mapa extenso e que parece ter sido estudado minuciosamente.

Foi isso, na verdade, que Rae fez: estudou essas artistas, seus discos, seus impactos. Ela as impõe aqui, mas nunca as literaliza em seu som. Também não se preocupa em atingir um estado de coesão, uma obsessão que muitos têm para justificar qualquer coisa boa (ou desagradável) num álbum. Addison é despojado por si só, se basta em sua bobagem aparente e profundidade oculta.

Desprototipado

É um disco que muitas divas pop tentaram lançar, mas poucas chegaram perto de fazê-lo tão bem. O apelo de Addison é quase geracional, pois não dialoga com os protótipos atuais do pop em ser altamente planejado, denso e propositalmente robusto para soar mais expansivo ou significativo – embora isso funcione em alguns casos, como RENAISSANCE, de Beyoncé, ou Desire, I Want to Turn Into You, de Caroline Polachek.

A chave está na difusão: músicas que tentam soar diferentes entre si, mesmo que estruturalmente semelhantes. Refrões que se constroem com uma facilidade quase boba; sons que percorrem o tempo enquanto exibem letras que transmitem uma falsa inocência. É o que o pop deveria ser, na verdade. Se fosse, Addison não seria tão bom quanto é.

4/5

Deixe um comentário