Crítica | Filme | Elio

Crítica | Filme | Elio

Em 1977, a NASA lançou ao espaço as sondas Voyager 1 e 2 levando cada uma um disco folheado a ouro contendo informações sobre a humanidade, a localização da Terra – algo como uma placa dizendo “aqui, comida grátis” na opinião de certas pessoas – e mensagens de saudações, itens escolhidos pelo astrônomo Carl Sagan e sua esposa Ann Druyan.

Os discos entraram para o cinema logo em seguida, atraindo visitantes extraterrestres do mal – lembra da placa? – em Jornada nas Estrelas: O Filme, ou bonzinhos como em Starman: O Homen das Estrelas. E, claro que a Pixar tinha de escolher a segunda opção em Elio, sua nova animação de visual fluorescente, graça e, claro, bons sentimentos.

Tudo começa com Elio, um menino solitário que vive com a tia após a morte dos pais. Sem amigos e certo de que a tia se ressente de sua presença, Elio sonha em ser abduzido, convencido de que seu lugar é em outro planeta. Seu desejo, claro, acaba acontecendo e Elio é levado para uma espécie de Nações Unidas intergaláctica onde alienígenas de todos os formatos e cores o confundem com, nada mais, nada menos do que o embaixador da Terra que deve negociar a paz com o belicoso Lorde Grigon. Na viagem, Elio acaba encontrando outra alma solitária, Glordon, o filho nada belicoso de Lorde Grigon. A conexão entre os dois é rápida e automática, dois garotos loucos por amigos e diversão brincando com falta de gravidade e cenários inusitados.

É, claro, uma história de autoconhecimento e também de busca por seu lugar no mundo – seja qual for a sua definição do termo – conexão consigo mesmo e com as pessoas à nossa volta. E isso vale tanto para Elio quanto para Glordon, que ao contrário de seu amigo terrestre não quer ir para outro lugar para se encontrar, mas ser ele mesmo em sua própria família. Tudo isso embalado em cores acesas e brilhantes do universo galáctico em oposição ao cinza e vermelho sangrento das naves de Lorde Grigon, com direito a um agitado buscador de vida extraterrestre que é o primeiro a notar que o disco de ouro da Voyager chegou a algum lugar. E em meio a gravações de música clássica e a saudação do secretário geral da ONU, o que surge é a voz de uma criança. Sim, é sentimental, mas é nisso que a Pixar sempre brilhou e segue firme. Estreia em 19/6 distribuído pela Disney.

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