F1: Brad Pitt canta pneu no teaser do filme

Crítica | Filme | F1: O Filme

A Warner lança no circuito brasileiro de cinema, em 26/6, o longa F1: O Filme. E mesmo eu sabendo que o histórico dos chamados filmes de esporte não constuma ser muito favorável por aqui, resolvi dar uma chance. É melancólico dizer isso, mas minha geração se acostumou a acompanhar a Fórmula 1 pela televisão, entusiasmada com os feitos de Fittipaldi, Piquet e Senna. Este último, sim, o nome que catapultou a F1 para o status de “esporte nacional” (há controvérsias) e que conquistou novas gerações mundo afora.

Assim, ver na tela qualquer coisa que não seja um documentário sobre F1 pode ser duvidoso, basta lembrar de Alta Velocidade (2001), com Sylvester Stallone. Honrosa exceção é a minissérie Senna (2024). E esse sobrenome com cinco letrinhas deve ser uma das soluções encontradas pelos realizadores de F1 para acessar o grande número de fãs do piloto brasileiro e, quem sabe, garantir um bom público.

A decisão, claro, não saiu apenas da cartola do diretor e coroteirista Joseph Kosinski, mas de um grupo de produtores (que inclui ele mesmo) onde figuram o próprio protagonista, Brad Pitt, o piloto inglês de F1 Lewis Hamilton (declarado fã de Senna) e o experiente Jerry Bruckheimer. O molho do filme é responsabilidade deles.

Pitt, que não entende muito de F1, tem comprovado carisma de sobra e entende de produzir hits. Sucessos que podem lhe conferir prestígio ou grana. Bruckheimer pode até ter enjoado os fãs com seus estilo cinemático (slow motion, ângulos de câmera inusitados, etc.), mas também sabe quando pode ter um hit nas mãos. Kosinski está abençoado desde o sucesso de Top Gun: Maverick e parece saber lidar com pesos-pesado da indústria. E a cereja do bolo é Lewis Hamilton, multicampeão da categoria e dono de um carisma entre os fãs de automobilismo.

O resultado disso é um filme que se ambienta muito bem dentro do mundo da F1, deixando migalhas aqui e ali para os fãs coletarem. Tipo imagens que remetem à Ayrton Senna ou mesmo um dos carros que o piloto dirigiu. Ainda com pontas de pilotos em atividade, como Fernando Alonso e o próprio Hamilton, cenas de bastidores em pistas icônicas e aquele som de motor que somente um Fórmula 1 pode produzir.

Como a história não é bem uma novidade, os realizadores capricharam em áudio e vídeo, proporcionando um espetáculo técnico de primeira. Portanto, escolha bem a sala onde pretende conferir este filme. Trata-se de um show de câmeras e áudio que tentam levar o espectador até o cockpit.

Ah, sim, esta é a história de redenção de um outrora promissor piloto de F1 (Pitt) que retorna à categoria para ajudar um velho amigo (Javier Bardem), agora dono de uma escuderia com problemas. Um dos problemas é um piloto novato (Damson Idris), talentoso, mas pouco efetivo, que dirige com o ego e não com a razão. Imagine o resto…

E o leitor pode estar se perguntando porque é F1: O Filme e não Fórmula 1. Porque não se pode usar livremente o nome sem ferir a propriedade intelectual da FIA e companhia. Cada uma…

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