Sinto que, pra mim, os discos do Don L são muito momentâneos e, dependendo do momento, eu gosto ou odeio. Quando gosto, como nos dois Roteiro Pra Aïnouz, é por conta do contexto em que o disco foi lançado. Foi o caso de Roteiro Pra Aïnouz, Vol. 2, em que tudo, essencialmente político, dialogava diretamente com aquele instante que foi lançado.

CARO Vapor II – qual a forma de pagamento? até tenta repetir a proposta da primeira mixtape de 2013, mas é justamente por querer ser tão momentâneo que ele se torna desestimulante. Não soa como algo novo. O momento em que vivemos não parece se conectar com os temas que ele explora, sempre ancorados em nostalgia e referências MPBistas que já não têm o mesmo frescor da década passada.

CARO VAPOR – antiquado

Não é como se Don L não conseguisse ou devesse soar atual, a questão é que CARO Vapor II é sobretudo muito repetitivo, antiquado. Há uma mistura pretensiosa de ritmos que dá a impressão que o BaianaSystem foi aplicado aqui numa velocidade de 1,5x. Não dá pra saber exatamente o que se pretende, sobretudo em formato. É um disco estranho.

2/5