Crítica | Filme | Round 6 - Terceira Temporada

Crítica | Filme | Round 6 – Terceira Temporada

Após o fracasso da rebelião do jogador 456 ao fim da segunda temporada, a terceira parte de Round 6 retoma a história com o protagonista em um estado ainda mais devastado. De volta ao jogo mortal, ele carrega o peso de sua mãe idosa, o filho distante e, agora, se vê envolvido com a jogadora 222, que está grávida. O ex-parceiro dela, também participante dos jogos, é introduzido como o pai da criança. O elenco ainda inclui a jogadora 120 e outros competidores movidos pela ganância.

Infelizmente, a nova temporada revela um desgaste criativo evidente. O roteiro se estende em barrigas narrativas, repleto de conveniências e situações forçadas. A superprodução visual continua impressionante, mas não compensa a falta de profundidade nos conflitos e a sensação de artificialidade que permeia cada episódio.

As cenas de votação, por exemplo, se tornam repetitivas e cansativas, ocupando tempo precioso de tela sem contribuir para o avanço real da história. A série tenta apresentar elementos como diferenciais, mas muitas vezes acaba criando subtramas sem impacto ou sentido dramático. Os personagens, por sua vez, parecem ser desenvolvidos com o único objetivo de gerar antipatia no público.

A presença dos Vips estrangeiros, novamente, não funciona. Seus diálogos são rasos, suas ações exageradas, e até mesmo atitudes extremas como a falta de compaixão por um recém-nascido soam mais como provocação gratuita do que comentário social eficaz.

Apesar de manter a crítica à ganância, ao egoísmo e ao sacrifício humano, temas que marcaram a primeira temporada, a terceira parte mergulha em repetições previsíveis e uma narrativa bagunçada. Mesmo os momentos de tensão nos jogos, que ainda conseguem prender a atenção, não são suficientes para salvar a série do esgotamento.

O ator Jung-jae Lee segue competente como o jogador 456, mas seu personagem é mal aproveitado e sem um arco coerente. A promessa de impacto e renovação da série não se concretiza, e o final, mesmo sem spoilers, é tão previsível quanto decepcionante.

O que começou como uma crítica social potente, com uma estreia inovadora e um segundo episódio empolgante na temporada anterior, agora se mostra perdido em sua própria fórmula. Round 6 chega ao terceiro ano como uma decepção, e o anúncio de um spin-off americano soa mais como tentativa desesperada de manter a marca viva do que uma decisão criativa.

2 comentários sobre “Crítica | Filme | Round 6 – Terceira Temporada

Deixe um comentário