Poesia | As folhas da rosa-branca

Poesia | As folhas da rosa-branca

Quantas vezes me deixo levar a sonhos

que assinalam momentos inacabados,

entre tantos, guardei-os no meu cofre,

memórias de encanto, meus segredos.

O espaço viajado pela aeronave do tempo,

para em estações de nomes conhecidos

Felicidade, Esperança, Amor e Ilusões

que contam versões de amor e fascinação.

Na estação da Felicidade, vejo-me através

do reflexo de suas janelas, em pé de frente

aos lampadários, que iniciam os degraus da

escada da partida e chegada da vida.

Foram dias, meses, anos de inesquecível jornada

de viver; nossos encontros, em cada data ao  

comemorarmos nosso amor, uma lembrança que

retive e dividi meus segredos com o pôr do sol.

Já a estação da Esperança, fala-me dos dias e

noites que juntos, caminhávamos pelas areias

brancas e mornas banhadas pelo mar sereno,

confidenciando juras do nosso eterno futuro.

No espaço do tempo, parado nesta estação de

cor verde, a lembrar das asas abertas da pequena

Jandaia à procura do pouso seguro de volta ao lar,

sinto minha alma alcançar o seu lar no céu.

Ah! A estação do Amor, pintura do colar de

pedras preciosas, escolhidas uma a uma, de

lágrimas e estrelas crivadas, que através de

seus brilhos trago retido o meu feliz passado.

Sinto ainda escorrendo pelos meus lábios

o sabor estranho de uma imensa saudade

e infinda, ao beber o vinho do nosso amor

que ainda me alucina e me embriaga.

Finalmente a estação das Ilusões, parada que

refletia por vezes tantos risos falando de amor,

depois apenas ilusão, choro e dor. Nela, sinto

ainda o suave perfume que flutua em sua volta.

No entanto, a estação que me leva a você, a

mais rara e pura é a de nome Poesia, pois ela

declama a fantasia das folhas da rosa-branca

que um dia desfolhastes em nosso altar.

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