Quantas vezes me deixo levar a sonhos
que assinalam momentos inacabados,
entre tantos, guardei-os no meu cofre,
memórias de encanto, meus segredos.
O espaço viajado pela aeronave do tempo,
para em estações de nomes conhecidos
Felicidade, Esperança, Amor e Ilusões
que contam versões de amor e fascinação.
Na estação da Felicidade, vejo-me através
do reflexo de suas janelas, em pé de frente
aos lampadários, que iniciam os degraus da
escada da partida e chegada da vida.
Foram dias, meses, anos de inesquecível jornada
de viver; nossos encontros, em cada data ao
comemorarmos nosso amor, uma lembrança que
retive e dividi meus segredos com o pôr do sol.
Já a estação da Esperança, fala-me dos dias e
noites que juntos, caminhávamos pelas areias
brancas e mornas banhadas pelo mar sereno,
confidenciando juras do nosso eterno futuro.
No espaço do tempo, parado nesta estação de
cor verde, a lembrar das asas abertas da pequena
Jandaia à procura do pouso seguro de volta ao lar,
sinto minha alma alcançar o seu lar no céu.
Ah! A estação do Amor, pintura do colar de
pedras preciosas, escolhidas uma a uma, de
lágrimas e estrelas crivadas, que através de
seus brilhos trago retido o meu feliz passado.
Sinto ainda escorrendo pelos meus lábios
o sabor estranho de uma imensa saudade
e infinda, ao beber o vinho do nosso amor
que ainda me alucina e me embriaga.
Finalmente a estação das Ilusões, parada que
refletia por vezes tantos risos falando de amor,
depois apenas ilusão, choro e dor. Nela, sinto
ainda o suave perfume que flutua em sua volta.
No entanto, a estação que me leva a você, a
mais rara e pura é a de nome Poesia, pois ela
declama a fantasia das folhas da rosa-branca
que um dia desfolhastes em nosso altar.
