Crítica | Filme | Drácula – Uma História de Amor Eterno

Crítica | Filme | Drácula – Uma História de Amor Eterno

É no mínimo curioso saber quantos filmes o cinema mundial dedicou ao tema Drácula. E nem estou ampliando a lista se o tema for vampirismo, que inclui títulos do calibre de, sei lá, 30 Dias de Noite (2007) e Um Drink no Inferno (1996), esse último divertidíssimo! Não, estou focando apenas no famoso Conde imortalizado pela literatura de Bram Stoker.

Tem muito filme, concordam?

Então, se o tema já foi devidamente explorado em terror, comédia, romance e outros gêneros, concordam que o que se espera de um novo longa baseado no Príncipe das Trevas (Drácula, não o Ozzy!) seria uma boa releitura? No mínimo?

Pois bem, o francês Luc Besson, capaz de nos entregar coisas muito bacanas como O Profissional (1994) e Lucy (2014), para encurtar a extensa lista, achou que sua leitura mista de terror e romance gótico contribuiria para elevar Drácula a um novo patamar. Falhou na tentativa, infelizmente.

Drácula – Uma História de Amor Eterno, filme que a Paris lança em circuito nacional em 7/8, parece ter ficado no meio do caminho. Besson tenta explorar no roteiro e na direção o manjado romance do chupador de sangue (Caleb Landry Jones) e Mina (Zoë Bleu), que superou quatro séculos para voltar a acontecer.

Drácula não busca apenas o amor, mas o fim de sua maldição. Não fosse a atuação incansável de um padre (Christoph Waltz), ele até se daria bem, mas todos já sabemos o que acontece, certo?
E é isso. Todos sabemos o que acontece e Besson pouco faz para manter uma chama de curiosidade no espectador.

Quando digo que o diretor fica no meio do caminho é porque tem hora em que ele preza pelo romance, sendo que nem a química do casal protagonista ajuda. Tem hora em que ele opta pelo terror e de maneira óbvia. E tem – sabe-Deus-porquê! – em que ele tenta fazer humor.

Uma das várias provas de que é possível recontar uma história com sucesso é A Paixão de Cristo (2004), de Mel Gibson. Mesmo os não-católicos estão familiarizados com essa história, mas o modo como Mel a recontou caiu nas graças do público fazendo do filme um sucesso de bilheteria.

No Drácula de Bram Stoker (1992), Francis Ford Coppola se desdobrou com um orçamento apertado para, de maneira muito criativa, recontar essa mesma história de amor. Lembro que na época, desavisadamente, minha cópia do filme em VHS chegou às mãos do meu filho, ainda uma criança. Eu, pensando que ele iria se horrorizar com as cenas de terror, comentou ter achado aquele um belo conto de amor…

Portanto, membros do júri, é possível para um remake ter sucesso. Mas acho que não foi o caso desse Drácula – Uma História de Amor Eterno. O julgamento será dos senhores, entretanto. Eu apenos apresento as evidências.

2 comentários sobre “Crítica | Filme | Drácula – Uma História de Amor Eterno

Deixe um comentário